Em um mundo globalizado, o preço precisa ser competitivo e não basta cada empresa fazer a sua parte, pois ela acaba esbarrando em uma infraestrutura precária de um pais onde se fala muito e se faz pouco
Venho observando há algum tempo, para não falar em anos, os milionários investimentos em infraestrutura logística no Brasil, mas infelizmente aqui se fala muito e se faz pouco, em um português bem claro, nada.
De fato ainda não saiu nada fantástico ou pelo menos os investimentos onde resolveriam os problemas do chamado “Custo Brasil”, que seriam novas rodovias, ferrovias para uma melhor distribuição da matriz de transportes que hoje no Brasil é rodoviária, pois de tudo o que se transporta, 60% é pelo modal rodoviário, mas principalmente infraestrutura de Portos e Aeroportos, pois são as portas de entradas e o mais importante, as saídas de nossos produtos para o mercado externo.
Em época de eleição ou quando querem dispersar algum assunto, são lançados programas de investimentos, de infraestrutura e logo em seguida são esquecidas, até porque a nossa cultura é de memória curta mesmo.
Se pensarmos em tudo o que foi falado de investimentos neste período, uns 10 anos pelo menos, já teríamos uma infraestrutura moderna, ágil e consequentemente competitivo com qualquer empresa do mundo.
Segundo a EPL (Empresa de Planejamento e Logística) são: R$52 Bi em Concessões Rodoviárias, R$91 Bi em Concessões Ferroviárias, R$54,6 Bi em Portos, R$8,7 Bi em Aeroportos e R$35,6 BI no TAV (Trem de Alta Velocidade) que mais uma vez foi prorrogado sua licitação.
Sem falar em PAC I, PAC II, PNLT e outros, estamos falando em um valor aproximado de R$240 Bilhões para serem investidos até 2025/2030, mas considerando a burocracia brasileira, ou seja, para aprovar um projeto são mais ou menos 4 anos, dependendo da obra, em 2020 ela estará iniciando as obras, talvez seja muito tarde, o bonde do crescimento já tenha passado.
Todos precisam da logística, desce a pequena empresa até a empresa de grande porte e não basta as empresas investirem em qualificação, buscarem o melhor provedor de serviços logísticos, uma negociação importante, diversificar seus produtos, automatizar sua produção, buscando sempre as melhorias continuas e quando for vender seu produto, esbarrar na precária infraestrutura logística onde seus custos aumentam drasticamente, inviabilizando algumas exportações e baixando a competitividade das empresas até no mercado interno.
O Brasil tem dimensões continentais e sabemos disto, não é fácil fazer distribuição neste país, com um PIB de mais de R$4 Trilhões, somos 6ª economia só porque a Europa entrou em crise? Será que temos realmente competência para estar entre os 4 primeiras economias do mundo, estamos preparados para isto?
Tínhamos o Ministério dos Transportes, foram criadas a ANTAQ, ANTT e ANAC para monitorar os modais, depois a Secretaria Especial dos Portos e agora a EPL, mas serão somente cargos políticos?
Precisamos fazer algo e urgente, precisamos realmente fazer o Brasil crescer em infraestrutura para sermos competitivos com qualquer empresa de qualquer lugar. As empresas no Brasil estão fazendo a sua parte, as empresas que aqui investem, esperam algo mais dos Governos, seja Federal, Estadual e Municipal.
Os investimentos de novos investidores e novas empresas estão a cada ano diminuindo e tudo por falta desta política de falar e não fazer.
Esperamos uma resposta do governo e esta resposta é enfrentar o problema e realmente fazer, fazer, fazer...
Até a próxima.
por Celson Bertanha
Fonte: Administradores
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