Você conhece o modelo CANVAS? Ele consiste em um mapa visual do negócio e propõe uma linguagem comum para descrever, visualizar, avaliar e alterar modelos de negócios. Saiba mais sobre o tema com dicas do livro Aprendizagem Baseada em Problemas:
Existem várias ferramentas que podem ser utilizadas no contexto do PBL, por professores e alunos, para auxiliá-los no desenvolvimento de suas atividades. Entre essas ferramentas, apresentamos o modelo CANVAS, que tem o potencial de contribuir desde a concepção de um curso até ser utilizado como recurso pedagógico na abordagem PBL.
O modelo CANVAS é originário de um trabalho cooperativo que envolveu pesquisadores e profissionais de diversas regiões do mundo, e que é assinado por Alex Osterwalder e Yves Pigneur. O modelo é apresentado na obra denominada Business Model Generation, que teve sua última edição publicada no ano de 2010 e sua versão traduzida para o português denominada Inovação em Modelos de Negócios – Business Model Generation, em 2011.
O modelo CANVAS consiste em um mapa visual do negócio e propõe uma linguagem comum para descrever, visualizar, avaliar e alterar modelos de negócios. Nesse sentido, por meio de recursos visuais como mapa, adesivos e imagens, o modelo CANVAS consiste em um meio de serem apresentados os elementos principais que compõem a ideia e/ou proposta de um negócio.
Nos últimos anos, o CANVAS tem sido utilizado por incubadoras e aceleradoras de startups e por empreendedores em geral para disseminar a ideia de negócios inovadores para os públicos interno e externo (investidores, consultores, bancos, parceiros, outros empreendedores, bem como outros stakeholders). No Brasil, o Sebrae e outras instituições que trabalham com o tema de inovação e empreendedorismo têm disseminado o modelo CANVAS (SEBRAE, 2013).
Segundo o Sebrae (2013), os diferenciais do modelo CANVAS abrangem quatro aspectos:
– Pensamento visual: o modelo CANVAS permite trabalhar a ideia do negócio e seus elementos de maneira visual, dinâmica e interativa.
– Visão sistêmica: o modelo CANVAS permite olhar para todos os aspectos e atributos relevantes para um modelo de negócios.
– Cocriação: o modelo CANVAS permite a participação de outras pessoas na criação do modelo, inclusive indivíduos que não vivenciam diretamente o negócio.
– Simplicidade e aplicabilidade: o modelo CANVAS é simples de ser compreendido e aplicado, e não requer nenhum custo significativo. A criação do modelo demanda uma folha com quadro, autoadesivos e caneta.
A equipe Strategyzer publicou recentemente uma pesquisa sobre as percepções dos usuários do modelo CANVAS. Dentre as contribuições, os participantes consideram que o modelo é um mecanismo de comunicação de estratégia, que cria uma linguagem comum a respeito de um modelo de negócios e permite colocar as ideias sobre a mesa.
Além disso, as funções mais citadas pelos usuários do modelo CANVAS são o desenvolvimento de novos negócios (36%), de novos produtos/serviços de negócios existentes (21%), de reorientação estratégica na empresa (19%) e de renovação do modelo de negócios vigente (15%).
Estruturação do modelo
Em síntese, o modelo CANVAS explora nove blocos que compõem os principais elementos de um negócio. Esses nove blocos podem ser agrupados em quatro perguntas que tratam da proposta de um negócio (OSTERWALDER; PIGNEUR, 2010; SEBRAE, 2013). Uma descrição mais detalhada dos nove blocos e de exemplos pode ser consultada na obra Business Model Generation.
Vou fazer O QUÊ?
Proposta de valor.
PARA QUEM essa proposta é direcionada?
Segmentos de clientes.
Canais de distribuição/relacionamento.
Relacionamento com clientes.
COMO vou fazer para operacionalizar esse negócio?
Recursos principais.
Atividades principais.
Parcerias principais.
QUANTO vai custar e quanto vai gerar de resultado?
Estrutura de custos.
Fontes de receita.
Esse modelo original pode ser adotado na elaboração de projetos de investimento ou de novos negócios, no sentido similar à proposta apresentada na obra Business Model Generation e na cartilha do Sebrae sobre o CANVAS.
Além disso, o modelo pode ser utilizado em uma disciplina que adota a abordagem Problem-based Learning, ao permitir que os alunos identifiquem os aspectos relevantes do negócio que são descritos no caso apresentado, de modo a organizarem suas ideias e compreenderem de maneira mais ampla a problematização envolvida.
No entanto, podemos ampliar a perspectiva da “metodologia CANVAS”, de forma a considerarmos seus aspectos quanto ao conceito de mapa, com caixas predeterminadas a serem preenchidas com autoadesivos. Isso nos permite flexibilizar seu desenho para ser aplicado para outros fins que vão além do que foi inicialmente proposto pelos autores, por exemplo, utilizá-lo como recurso pedagógico em disciplinas que adotem a abordagem PBL.
Fonte: Gennegociosegestao.com.br/
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