sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Lucro versus fluxo de caixa

Antigamente, quando se aprendia (bem) contabilidade, logo alguém se certificava de que “ou o lucro vira caixa ou ele está errado”, e, neste último caso, algum conserto precisava ser feito. Afinal, a velha contabilidade nada mais era do que uma redistribuição temporal dos fluxos de caixa das operações da empresa. Assim, ao longo do tempo, e no acumulado, ambos iam sempre convergir.

 Vender a prazo, reconhecer uma receita e fazer uma provisão para a parte que se imagina que será perdida (antiga PDD, provisão para devedores duvidosos) significa reconhecer, com a melhor estimativa possível, o fluxo de caixa a entrar derivado daquela venda. Qualquer diferença entre essa estimativa e o fluxo de caixa efetivo conhecido mais à frente implica o reconhecimento de uma perda adicional ou a reversão da parte da perda reconhecida inicialmente e não concretizada. O que interessa é que a soma algébrica, ao longo do tempo, das vendas com as despesas com PDD e as reversões dessa PDD têm que, obrigatoriamente, “fechar” com o efetivo caixa recebido pela venda. Ponto final. Logo, diferença temporal entre lucro e caixa tende a desaparecer ao longo do tempo.


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Eliseu Martins (prof.eliseu.martins@gmail.com) é professor emérito da FEA-USP e da FEA/RP-USP, consultor e parecerista na área contábil

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