Este trabalho pretende contribuir para a literatura sobre fundos de investimentos em mercados emergentes ao abordar, sob a perspectiva do gestor, o desempenho dos fundos multimercados no Brasil. O objetivo da pesquisa foi identificar se algumas características dos gestores e a composição de suas carteiras influenciam no desempenho dos fundos. Em países emergentes, tanto a alocação de ativos na gestão de carteiras quanto características dos gestores podem auxiliar na explicação das diferenças de desempenho dos fundos, o que potencializa a relevância do estudo. Assim, o impacto desta pesquisa está em evidenciar uma relação significativa entre o retorno ajustado ao risco e a parcela das carteiras alocadas em ativos mais voltados para renda fixa ou renda variável que parece ainda não ter sido explorada no contexto de economias emergentes. Metodologicamente, analisaram-se 6.002 fundos multimercados, no período de setembro de 2009 a dezembro de 2015, por meio de dados em painel, considerando erros padrão robustos clusterizados por fundo. Utilizaram-se, também, estatísticas robustas para avaliar potenciais vieses decorrentes de outliers (pela avaliação do ponto de ruptura nos modelos estimados). Destaca-se que a composição das carteiras (alocação das carteiras em renda variável e em renda fixa) apresentou-se como o fator que mais auxilia na explicação de uma potencial alteração do desempenho dos fundos multimercados brasileiros. Além disso, a efetividade de gestão desses fundos, ou seja, os melhores retornos ajustados ao risco foram entregues por gestores menos experientes, fundos que investiram mais em renda fixa, gestores com maior quantidade de fundos e por fundos maiores.
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Cláudia Olímpia Neves Mamede Maestri, Rodrigo Fernandes Malaquias
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