O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou hoje que o projeto sobre a nova regra de
recuperação judicial das empresas está praticamente pronto para ser encaminhado para a análise e discussão do
legislativo.
Segundo ele, as empresas em recuperação judicial têm dificuldades para tomar crédito novo, o que ajudaria essa
companhias a saírem da crise e, consequentemente, pagarem seus credores. “Hoje muitas vezes mais de 80%
dos credores apoiam que a empresa tome crédito novo e que esse crédito novo tenha prioridade”, frisou ele,
acrescentando que isso acontece porque o fundamental é que a empresa se recupere e pague suas dívidas.
Em seu discurso, o ministro ressaltou ainda que a simplificação tributária, que faz parte de uma agenda
microeconômica, vai ajudar a reduzir os custos das empresas e, consequentemente, ajudar no aumento da
produtividade do Brasil.
Meirelles destacou a importância de diminuir redundâncias de documentos e trocas de dados entre todas as
esferas do governo. Ele ressaltou que o país vive um momento de agenda intensa de projetos voltados para
simplificação do sistema tributário e reordenamento das regras aduaneiras. “Nunca o binômio empreendorismo
e inovação nunca estiveram tão presente”, afirmou.
O ministro disse também o aumento da produtividade no Brasil vai ajudar em uma melhor avaliação da
economia brasileira no país e no exterior. “Estamos preocupados com a temperatura e não com o termômetro.
O importante é que a produtividade do país aumente”, frisou acrescentando que isso é necessário para se
melhorar o índice de avaliação do ambiente de negócios pelo Banco Mundial. “O Brasil tem uma posição que
não é boa e piorou um pouco nos últimos anos e esse é um assunto que me preocupou”, reforçou, acrescentando
que, para mudar esse cenário, o país está trabalhando em conjunto com o Banco Mundial.
Reoneração
Meirelles disse que, assim que caducar a medida provisória (MP) da reoneração da folha de pagamentos, o
Executivo encaminhará imediatamente um projeto de lei em regime de urgência ao Congresso Nacional para
tratar o tema.
“Estamos trabalhando para apresentar um projeto de lei em regime de urgência para que o Congresso possa
discutir isso o mais rápido possível”, disse Meirelles, observando que, após a aprovação do projeto, é necessário
o cumprimento do período de noventena. “Ela [a MP] vence. Na sequência, é apresentado um projeto de lei, que
está sendo confeccionado”, afirmou.
Reformas
Meirelles afirmou que espera que “o ciclo de reformas [no país] seja concluído até o fim do ano”. Segundo ele,
essa expectativa fez parte de conversa realizada com o presidente Michel Temer e os presidentes da Câmara,
Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira.
Questionado sobre se existe a possibilidade da Reforma Tributária passar a frente da Previdenciária, Meirelles
disse que “é difícil prever” qual será a agenda legislativa. “A reforma da Previdência o projeto está lá, está
avançando, é uma questão apenas de pautar e votar. O presidente da Câmara tem falado de começar o processo
de votação logo”, contou.
No caso da Reforma Tributária, ele ressaltou que existe uma proposta no Ministério da Fazenda, porém, é
preciso entender o que está sendo discutido no Congresso Nacional.
“De novo, nós precisamos primeiro receber o que já esta sendo pensado [sobre reforma tributária] e
trabalharmos em cima dessa proposta. Avaliarmos isso sobre o que temos estudos na Fazenda e, certamente,
estaremos enviando uma proposta o mais rápido possível”, afirmou Meirelles.
Sobre a reforma da Previdência, Meirelles defendeu a manutenção da proposta nos termos do relatório
aprovado na comissão especial designada para o tema.
“O processo legislativo no regime democrático envolve discussão, debate e a decisão, em última análise, pelo
Congresso. Defendemos a manutenção do projeto como está no relatório aprovado na Comissão Especial, mas,
como mencionou o presidente, vamos estar discutindo democraticamente e fazendo aquilo que é possível”,
afirmou Meirelles.
“Mas sempre alertando a todos para uma realidade que é factual, objetiva. Isto é, quanto mais perto do projeto
que está hoje for aprovada a reforma da Previdência, mais tempo vamos passar no Brasil sem voltar a discutir a
previdência”, disse.
Fonte: Valor
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