O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil
(CFOAB) decidiu ajuizar uma ação contra o decreto que aumentou as
alíquotas de PIS e Cofins sobre combustíveis. A ação será proposta no
Supremo Tribunal Federal (STF), que dará a palavra final sobre o
assunto.
Já há uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) sobre o decreto
aguardando julgamento na Corte, proposta pelo PT.
A OAB ainda não decidiu se será uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) ou uma ação civil pública,
mas pretende apresentá-la até sexta-feira, com pedido de liminar. Uma minuta já está pronta, segundo Breno
Dias de Paula, presidente da Comissão Especial de Direito Tributário da OAB Nacional. A decisão do Pleno do
CFOAB foi unânime.
O advogado espera que a decisão do Supremo sobre o assunto dê fim à "rebeldia jurídica" da jurisprudência.
Com apenas um mês de vigência do texto, pelo menos quatro liminares contra o reajuste foram propostas. Duas
delas na 20ª Vara Federal de Brasília.
Na mais recente, da última semana, a juíza Adverci de Abreu, da 20ª Vara Federal de Brasília, concedeu a
liminar suspendendo o aumento das alíquotas. Em julho, a mesma vara já havia suspendido o aumento. As
decisões, porém, já foram reformadas após recurso da Advocacia-Geral da União (AGU).
O assunto já chegou ao Supremo por meio de uma ação do PT. A relatora, ministra Rosa Weber, abriu prazo
para a Presidência, AGU e Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestarem.
Para a OAB, o decreto afronta o princípio da legalidade previsto na Constituição. O artigo 150 prevê que a
majoração de tributos somente poderá ser realizada por meio de edição de lei em sentido estrito. Além disso, a
Constituição estabelece prazo de noventa dias para cobrança de tributos após publicação de lei que o instituiu
ou aumentou.
O decreto também faz com que o Executivo "atropele" o Congresso, segundo Dias de Paula. O presidente da
Comissão Especial de Direito Tributário da Ordem também destaca que as contribuições sociais têm finalidade
extrafiscal, além do objetivo arrecadatório, o que deveria ser considerado nesse caso.
Fonte: Valor
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