segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Trio da contabilidade pode ajudar na hora de gerir custos

MENSURAÇÃO, INFORMAÇÃO E TOMADA DE DECISÃO SÃO CONCEITOS QUE AJUDAM A MELHORAR A QUALIDADE DO SERVIÇO E A DIMINUIR GASTOS NOS PROCESSOS

O lucro de uma empresa nada mais é que a subtração das despesas sobre a receita. O cálculo simples resume que, para se ter lucro, é preciso que os ganhos sejam maiores que os gastos ao fim do período. Aumentar as vendas é uma forma de chegar ao objetivo e outra é a redução de custos. Mas algo básico dentro da contabilidade pode ajudar a facilitar a forma de chegar lá, ao mesmo tempo em que se trabalham os dois elementos já citados.

Chamada de trindade da contabilidade, a mensuração, informação e tomada de decisão tem o papel importante no trabalho contábil. O primeiro item é o responsável por dar valor aos eventos e números mensurados na captura dos dados de uma empresa. Em seguida, vem a tarefa de gerar informação a partir do que foi capturado. Enfim, se chega no ponto final, tomar a decisão em cima dos dois conceitos anteriores.

Para Wellington Rocha, professor da FEA USP e diretor presidente da FIPECAFI, a aplicação da “trindade sagrada” na gestão das empresas pode aumentar a qualidade dos produtos e serviços sem afetar o custo do processo. O primeiro passo é mensurar o custo da qualidade para melhorar a tomada de decisão. E o especialista aponta o caminho: “Saber quem gasta, com o que gasta e, principalmente, para que gasta”.

Rocha também salienta que é preciso aplicar a trindade na cadeia de distribuição de seus fornecedores. “O desafio é gerenciar o custo de fora para dentro, ou seja, avaliar o preço que o produto deve ser vendido para se ter o lucro desejado, tendo em vista o valor que seus concorrentes cobram”, explica.

Dessa forma, o gestor deve estipular o preço máximo do produto, considerando a concorrência, e ajustar o valor da produção e os tributos ao teto da cobrança. O processo de produção não pode ser oneroso, destaca Rocha, senão o empresário vai ter que aumentar seu preço ou perder a margem de lucro.

O segredo para evitar o problema é eliminar atividades que não agregam valor (NAV), ou seja, qualquer ação que possa ser eliminada sem atrapalhar a qualidade do serviço e o nível de atendimento. Aqui, o desafio se torna identificar as NAVs, já que dependem de cada empresa.

O professor explica que NAVs podem ser o retrabalho, como a corrigir ou refazer algo já feito, movimentação de matérias e documentos (mudanças desnecessárias de layouts de escritórios) e atividades realizadas em duplicidade.

Outra opção é saber o que o cliente considera mais importante no produto ou serviço, cortando os custos do que não é tão significativo e aumentando, se necessário, o valor daquilo que realmente importa. O custo deve se concentrar naquilo que for mais importante.

Ainda para Rocha, o contabilista pode tanto aplicar estes conceitos em sua própria empresa quanto em seus clientes. Ajudar as empresas a descobrirem onde seus negócios são onerosos, corroborando com o papel de analista do profissional contábil. “É preciso calcular e atribuir valores aos eventos e gerar relatórios e dados que substanciam a mensuração. E nada disso terá valor se não for usado para a tomada de decisão, definição de estratégias e para a gestão empresarial”, finaliza.

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