quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Ser gentil com os funcionários pode melhorar desempenho, sugere estudo

Uma nova pesquisa feita na Universidade Binghamton, no estado de Nova York, nos Estados Unidos, concluiu que mostrar compaixão com os funcionários vale a pena, especialmente quando combinado à definição clara de metas. "Ser benevolente é importante porque pode mudar a percepção das pessoas em relação aos seus líderes", diz Chou-Yu Tsai, professor da Escola de Gestão da Universidade Binghamton. "Se a pessoa sente que seu chefe realmente se importa com ela, isso pode impactar na forma como o trabalho é feito." 

Para chegar aos resultados, os pesquisadores analisaram mil membros do exército de Taiwan e cerca de 200 adultos que trabalham em tempo integral nos Estados Unidos. A análise envolveu o desempenho dos subordinados de acordo com três tipos de liderança: autoritária, benevolente e paternalista clássica (que mescla autoritarismo e benevolência, com foco no cumprimento das tarefas e no bem-estar ao mesmo tempo). 

Segundo os pesquisadores, a liderança autoritária quase sempre gerou resultados negativos no desempenho do trabalho, enquanto que a liderança benevolente quase sempre mostrou impactos positivos. Ainda de acordo com o estudo, a liderança clássica, que combina as duas formas, teve resultado ainda mais positivo que o estilo de gestão benevolente. "Nossas descobertas indicam que demonstrar apoio pessoal aos funcionários é parte crítica na relação entre líder e liderado. Ao mesmo tempo que é importante estabelecer estrutura e expectativas, desenvolver laços sociais com os funcionários pode ser um fator poderoso para o bom desempenho do trabalho", diz Shelley Dionne, professora e reitora associada da Escola de Gestão da Universidade Binghamton.

Os resultados foram consistentes nos dois universos pesquisados, apesar de apresentarem características bem diferentes. "A consistência nos resultados em diferentes culturas e tipos distintos de trabalho é fascinante. Sugere que a eficiência da liderança clássica é mais ampla do que se pensava", afirma Francis Yammarino, outro professor da Escola de Gestão da Universidade Binghamton. "Subordinados e funcionários não são ferramentas ou máquinas que você pode simplesmente usar. São seres humanos e merecem ser tratados com respeito", conclui Tsai.

Por Adriana Fonseca | Para o Valor, de São Paulo

Fonte: Valor

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