Quem já está animado com os 12 feriadões prolongados no Rio em 2018 -- são dez datas nacionais e duas loc
--, deve ficar atento antes de começar a comprar passagens ou reservar hotéis com antecedência.
A reforma trabalhista abriu a possibilidade de se negociar diretamente com o empregado as folgas
correspondentes aos feriados. Assim, no caso de um feriado que cai numa quinta-feira, a empresa pode pedi
para que se trabalhe no dia que seria de descanso e a folga fique para a sexta-feira.
"A empresa agora pode negociar com o empregado um acordo de compensação individual [desde que seja n
mesmo mês], ou com banco de horas. Por acordo coletivo com o sindicato, também é possível pactuar a
compensação ou a troca do dia do feriado. E a empresa pode escolher pagar a hora em dobro", disse Luiz
Marcelo Góis, professor de Direito da FGV.
Para especialistas, no entanto, há chance de judicialização, caso os acordos não sejam claros o bastante.
Jornadas
A reforma trabalhista também mudou as regras de feriado para os trabalhadores que fazem a jornada 12h/3
A lei 13467/17 diz que esses trabalhadores já vão folgar no dia seguinte e que, portanto, já haveria a
compensação. Ainda de acordo com o texto, não há previsão de pagamento em dobro para esses funcionário
que trabalham no feriado.
Em São Paulo, alguns hospitais já anunciaram que não pagariam o horário em dobro.
A Súmula 444 do Tribunal Superior do Trabalho (TST), de setembro de 2012, previa o pagamento em dobro
para o trabalhador que fazia a jornada 12h/36h, mas o entendimento perdeu a validade após a entrada em v
da reforma.
Comércio
Nem todo mundo está animado com os feriadões de 2018: o número preocupa economistas e varejistas, já q
falta de trabalho significa menos lucro, mas não necessariamente menos gastos.
No ano todo, o país deixa de arrecadar entre R$ 15 bilhões e R$ 17 bilhões por dia em um feriado. Isso porqu
toda a cadeia produtiva sofre os efeitos do dia não trabalhado, segundo explica Joelson Sampaio, professor d
economia da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap).
"Direta ou indiretamente, todas as pessoas ligadas ao comércio ou à indústria acabam perdendo com o feria
seja pela falta de comissão, seja pela falta de serviços de logística", diz.
Natan Schiper, diretor secretário da Fecomércio RJ, até o fim deste ano, o comércio no Rio vai ter deixado d
arrecadar cerca de R$ 14,1 bilhões com os feriados. Como este ano contou apenas com 13 dessas datas, o val
será ainda maior em 2018.
"Apesar de muitos estabelecimentos estarem liberados para funcionar nesses dias, os comerciantes acabam
prejuízo devido ao fraco movimento e ao custo extra com funcionários, muitas vezes contabilizado", disse.
Na contramão do varejo, o setor hoteleiro é o que mais se beneficia com os feriados. Mesmo assim, apesar d
turismo ser a área que apresenta o maior impacto positivo para a economia, é preciso ressaltar que o setor n
suficiente para apagar o prejuízo com o resto do ano.
"Mesmo no Rio, o impacto positivo do Carnaval, por exemplo, não é suficiente para compensar as perdas do
comércio e do varejo no resto do ano. No final das contas, o saldo ainda é negativo", diz.
A dica, então, é planejamento. Segundo o professor Sampaio, é fundamental que os trabalhadores se antecip
aos feriados, com promoções ou trabalhando mais horas para tentar compensar as perdas. "Se a pessoa se
planeja, consegue não sofrer tanto com esses impactos", afirma.
Fonte: Valor.com.br/
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