Alguns pesquisadores acham que é possível “desenviesar” o comportamento dos apostadores por meio de uma técnica chamada de experiencial learning (aprendizado experimental).
Um estudo do Banco Mundial testou a aplicação dessa técnica por meio de um jogo de dados simples, a fim de simular a dificuldade progressiva de tirar somente o número 6 à medida que mais dados iam sendo adicionados ao jogo.
O inverso foi verdadeiro para indivíduos que conseguiram o mesmo resultado com um número de lances abaixo da mediana, sugerindo um efeito inverso no tratamento deste grupo.
Segundo os pesquisadores, a análise dos resultados também sugere que o desenviesamento afetou a maneira de os participantes avaliarem suas próprias chances de vitória.
Uma vez que mudanças na utilidade percebida do jogo ou no perfil de risco não são suficientes para explicar esses achados, eles foram considerados mais consistentes com as mudanças nas crenças dos participantes em relação ao risco.
Em outras palavras,
os resultados sugerem que os participantes atualizaram suas crenças sobre as chances de ganhar loteria através da experiência do jogo, generalizando-a para outros jogos de azar.
Aqueles que experimentaram baixas probabilidades no jogo passaram a acreditar nisso e diminuíram ou deixaram de jogar. Os que experimentaram boas probabilidades fizeram a mesma generalização, só que na direção contrária, passando a apostar mais. Esse foi um efeito colateral da técnica.
Assim sendo, o estudo leva a pelo menos duas importantes conclusões:
- é preciso usar com cautela as técnicas de desenviesamento, pois podem produzir um efeito contrário ao desejado;
- ainda assim, elas podem ser úteis para obter mudanças de comportamento nos casos em que a educação tradicional se mostra ineficaz.
Fonte: Pensologoinvisto.cvm.gov.br/
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