A disseminação do conceito de governança corporativa foi intensa ao longo das duas últimas décadas no País, resultado de trabalhos acadêmicos e da atuação de investidores, entidades e da própria CVM. É fato que hoje as empresas valorizam as melhores práticas de governança, mas percebe-se que nem sempre há genuína adoção dos princípios e valores propagados na comunicação corporativa. O desastre de Mariana e as revelações da Operação Lava Jato são casos extremos dessa distorção. Não à toa, a edição de 2016 do congresso anual do IBGC teve como tema central “governança corporativa – essência e aparência”.
A qualidade da governança adotada tem importante papel na criação ou na destruição de valor de uma empresa — e é mais fácil comprovar essa relação de causa e efeito no segundo caso, como foi possível observar na recente história corporativa brasileira. Empresas longevas, com relevantes históricos em suas respectivas áreas de atuação, foram severamente atingidas pela revelação da prática de atos ilícitos, no âmbito da Operação Lava Jato. Como consequência, sofreram brutal redução no porte de suas atividades e muitas lutam para sobreviver.
por Ana Siqueira é sócia da Maple Consultoria
Fonte: Capital Aberto
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