O líder do PT na
Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP),
afirmou nesta sexta-feira que o partido vai entrar com uma Ação Direita de
Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o texto
da terceirização aprovado nesta semana na Casa. O Rede Sustentabilidade já
protocolou um mandado de segurança para suspender a tramitação do
projeto de lei.
O parlamentar petista alegou que a proposta foi aprovada em meio a diversas
irregularidades disse que o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia
(DEMRJ), atropelou o regimento interno da Casa ao colocar a matéria em
votação sem analisar antes um pedido feito pelo ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, para que o texto fosse retirado da pauta. O pedido, segundo ele,
teria ocorrido em 2003.
O Rede também questiona a conduta do presidente
da Câmara. Para o partido, Maia fez uma "manobra
ilegítima" ao "ressucitar subitamente" um projeto
apresentado pelo Executivo, à época comandado por FHC.
"O fato de a Mesa da Câmara não ter procedido a leitura da mensagem
presidencial que requer a retirada da proposição (...) é evidenciadora do
desprezo de seus dirigentes pelo devido processo legislativo e pela separação
de poderes", sustentam o senador Randolfe Rodrigues (AP) e os deputados
Aliel Machado (PR) e Alessandro Molon (RJ), autores da ação.
"O destino dessas proposições (antigas), quando ainda pendentes de
aprovação, deve ser o arquivamento, para que o anacronismo dessa
desconexão eleitoral não fraude a vontade soberana do povo", acrescentam os
parlamentares.
Randolfe, Aliel e Molon afirmam, ainda, que o projeto traz riscos caso seja
transformado em lei, pois tem "brutais impactos sobre as relações de
emprego no país". Eles pedem que, até que saia a decisão do STF, o
presidente Michel Temer se abstenha de sancionar ou vetar a proposta.
Na opinião de Zarattini do PT, a terceirização elimina os direitos do
trabalhador, já que empresas devem deixar de contratar pela CLT. “É uma
proposta cheia de ilegalidades e que não tem nenhuma condição”, afirmou.
O mandado de segurança protocolado pelo Rede ainda não tem relator
definido no Supremo. Processo semelhante protocolado quinta-feira pelo
deputado André Figueiredo (PDTCE) está sob relatoria do decano Celso de
Mello.
Fonte: Valor.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário