A Demonstração dos Fluxos de Caixa vem sendo reconhecida quer na literatura quer no normativo contabilístico como uma das peças fundamentais para que a informação financeira possa atingir o seu objetivo último de ser útil para quem dela faz uso. De acordo com a International Accounting Standard (IAS) 7 Demonstrações dos Fluxos de Caixa (1994), do International Accounting Standards Board (IASB), esta demonstração financeira pode constituir um instrumento capaz de permitir avaliar o momento e a medida em que uma dada entidade é capaz de gerar meios monetários e, também, compreender com segurança razoável a possibilidade dessa geração. Tal como para Le Maux e Morin (2011) no estudo do caso do Lehman Brothers, o objetivo deste estudo é procurar verificar se a falência do Banco Privado Português (BPP) poderia ter sido prevista, particularmente, através da demonstração dos fluxos de caixa. Recorreu-se aos seguintes métodos de investigação: quantitativo, qualitativo, descritivo, explicativo, bibliográfico, documental e, ainda, de estudo de caso. Usaram-se dados primários e secundários. No caso do BPP as demonstrações dos fluxos de caixa, no período 2005 a 2007, em consonância com Le Maux e Morin (2011), constituíram fortes preditores da falência ocorrida em 2008, visto que, emitiram claros sinais de desequilíbrio financeiro eminente a partir de 2006. Demonstraram, assim, um grande potencial informativo e de valor para os investidores e os analistas. Aplicou-se, também, um conjunto de modelos de previsão cujos resultados apontaram para uma evidente situação de falência no futuro.
por Maria Teresa Venâncio Dores Alves - Doutora em Gestão, Especialidade Contabilidade pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa Professora Coordenadora da Escola Superior de Ciências Empresariais do Instituto Politécnico de Setúbal.
Carlos Manuel Severino da Mata - Mestre em Gestão pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa Professor Adjunto da Escola Superior de Ciências Empresariais do Instituto Politécnico de Setúbal
Sandra Cristina Dias Nunes - Doutora em Matemática- Especialidade em Estatística pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa Professora Coordenadora da Escola Superior de Ciências Empresariais do Instituto Politécnico de Setúbal
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