O objetivo deste trabalho é levantar alguns questionamentos sobre a manipulação, realizada por inúmeros pesquisadores contábeis, dos instrumentos e aparelhos científicos das ciências naturais. Os pesquisadores têm aplicado e, sobretudo, ensinado os “rituais litúrgicos” das ciências naturais como se esses fossem plenamente exeqüíveis no campo das relações sociais.
Nada é mais temerário e paradoxal do que estudo da ação humana pautada nos manuais positivos das ciências naturais; por exemplo, a cartilha popperiana da falseabilidade aplicada na “solução” de problemas sociais. Como se fosse possível falsear os valores humanos. A regra da falseação popperiana, defendida e utilizada por inúmeros pesquisadores contábeis, só é possível às áreas das ciências naturais, cujo objeto científico possui relativa estabilidade temporal. Enquanto contra-argumento (falseação) aplicável às ciências sociais é inaceitável devido à instabilidade com que lidamos com os construtos sociais.
O método científico das ciências naturais é incompetente para suportar explicações e previsões das ações humanas, porque elas não obedecem a uma regularidade do ponto de vista comportamental, embora possuam uma lógica-experimental intrínseca. O mesmo método é também incompetente para descrever o comportamento da riqueza individual. Esse comportamento é empreendido, igualmente, pela ação humana, é criado e transformado pelos seres humanos. Trata-se, portanto, de fenômenos sociais que não obedecem à mesma regularidade dos fenômenos naturais.
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por Valério Nepomuceno - Maio/2002
Fonte: Lopes de Sá
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