O mundo está cada vez mais digital. Mais e mais pessoas estão consumindo produtos e serviços pela internet e por aplicativos. Como as pessoas, programas de computador e máquinas também precisam de dados entregues com velocidade e diversidade de locais nunca vistos. Isso exige novas práticas das empresas. Pede que elas não somente cheguem a todos os lugares e integrem-se a tudo e a todos, mas façam isso de modo direto, mais rápido e, principalmente, com mais segurança. É a Era da Interconectividade.
A interconexão possibilita a conexão direta e privada entre as empresas e seus clientes, parceiros, fornecedores e funcionários. Ela é responsável pela diminuição no ruído da comunicação. Permite que as empresas falem diretamente com qualquer integrante de sua cadeia de valor, tendo seus dados protegidos da ação de terceiros. Todos os setores precisam não somente de mais segurança em suas transações, como também de mais velocidade. Com a Interconexão, ganham-se milissegundos essenciais na hora de vender um serviço ou produto e de entregá-los. Afinal, como se sabe no setor varejista, alguns segundos fora do ar podem gerar milhões de prejuízo. Para vencer, é preciso entregar a melhor experiência ao usuário.
A necessidade de entrar nessa nova Era é tão premente e fundamental para as empresas que a Velocidade da Interconexão deve quintuplicar globalmente nos próximos anos, chegando a mais de 8.200 terabits por segundo (Tbps) até 2021. A previsão faz parte do Global Interconnection Index Volume 2, estudo publicado anualmente pela Equinix, que opera em 52 mercados nos cinco continentes e no Brasil possuiu data centers em São Paulo e no Rio de Janeiro. Velocidade de Interconexão é definida como a capacidade total provisionada para a troca de tráfego, privada e direta, com um conjunto diversificado de contrapartes e provedores, em pontos de troca de tráfego e TI distribuídos.
O Global Interconnection Index Volume 2 prevê que a taxa composta de crescimento anual (CAGR, na sigla em inglês) da Velocidade de Interconexão para cinco anos será de 48%. Em comparação, a CAGR da internet no mesmo período será até “módico”, de apenas 26%, de acordo com o “Visual Networking Index” da Cisco.
Cinco mega tendências embasam a necessidade de que as empresas criem uma plataforma global segura, compatível e receptiva com o uso da Interconexão. A primeira delas é o próprio crescimento dos negócios digitais. A IDC (International Data Corporation) estima que, em 2021, pelo menos 50% do PIB global estará digitalizado. A segunda é a crescente e ininterrupta urbanização. Todos os anos, 65 milhões de pessoas se mudam para as cidades, e até 2030 haverá um total de 50 megacidades no mundo. Soluções baseadas em tecnologia da informação para maximizar a produtividade econômica e a qualidade de vida dos cidadãos, minimizando o consumo de recursos e a degradação ambiental, serão fundamentais para garantir a viabilidade dessas megacidades. Algumas das futuras megacidades serão essencialmente construídas do zero. Isso fará com que o projeto, planejamento e implementação de sua infraestrutura possibilite a implantação mais eficaz de novas tecnologias urbanas – ou crie pesadelos urbanos, se essas novas tecnologias não forem implementadas de forma efetiva.
A terceira tendência está relacionada à segurança cibernética, uma das ameaças mais graves no mundo digital, que pode custar U$ 6 trilhões em 2021 , caso os crescentes riscos apresentados não sejam combatidos. A seguir vem a conformidade dos dados. Mais de 18 entre os principais países do mundo não permitem que sejam transferidos dados financeiros, fiscais e contábeis para outros locais. A fim de estar em conformidade com essas regras, as empresas precisam de Interconexão entre o armazenamento desses dados, análises e redes de contato alocados diretamente nas regiões. Por último, vem o ecossistema de negócios. Para lidar com intermediários e setores fora de seu campo de atuação, as empresas precisam de ecossistemas digitais compatíveis, capazes de interconectar seus participantes.
A América Latina verá a maior taxa de crescimento da Velocidade de Interconexão em todo o mundo nesse período: 59%. Continente com menor velocidade hoje em dia, terá o maior aumento justamente por causa da demanda reprimida dos mercados emergentes. Como mais e mais negócios estão entrando para a Era digital na região, a velocidade deverá chegar a 775 Tbps em 2021. Empresas de Conteúdo e Mídias Digitais, como canais de TV a cabo que não estavam hospedados no Brasil, estão se regionalizando, por exemplo. As duas maiores cidades do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro, devem crescer, de acordo com o Global Interconnection Index Volume 2, sete vezes em relação aos níveis atuais.
A América Latina será seguida pela região Ásia-Pacífico, com 51% de crescimento, passando a 2.200 Tbps. A Europa deve ter aumento de 48%, chegando a 1.921 Tbps. E os Estados Unidos, que continuam liderando o setor, verão crescimento de 45% e a velocidade será de 3.318 Tbps daqui a dois anos.
Os setores que mais devem impulsionar o crescimento da Velocidade de Interconexão são o de provedoras de serviços e o de enterprises. Enterprises são empresas de negócios tradicionais, como varejo, saúde e governo, e sua Velocidade de Interconexão deve apresentar crescimento de quase sete vezes entre 2017 e 2021. A expectativa é que passem a consumir mais Velocidade de Interconexão do que os provedores de serviços. Já esses últimos, que englobam os setores de telecomunicações, serviços de cloud e TI e de conteúdo e mídia digital, devem triplicar de tamanho.
O Global Interconnection Index Volume 2, além de analisar o mercado e identificar tendências, também discute casos de uso de Interconexão, mostrando como empresas, com a alocação estratégica de serviços e hubs em mercados estratégicos, conseguem se preparar para o novo mundo digital. Por meio da otimização da rede, as empresas solucionam problemas de latência, ou atraso, ao trafegar informações pelos hubs de Interconexão. Com conexão direta entre clouds públicas e privadas e segmentação entre os hubs de Interconexão – a multicloud híbrida – reduzem a complexidade das conexões. Como o negócio digital aumenta os pontos vulneráveis, a segurança distribuída diminui esses riscos e soluciona questões de compatibilidade. Com dados distribuídos, resultado do número cada vez maior de clientes, parceiros, funcionários e negócios globais, as empresas precisam integrar análises, data lakes e controlar dados nos hubs de interconexão.
Fonte: hbrbr.uol.com.br/
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