segunda-feira, 7 de maio de 2018

Quem é o Cliente Private Banking

Para quem não sabe, o banco é segmentado por tipo de cliente. Tem a área PJ, que atende as pessoas jurídicas, empresas, e existe a área que atende as pessoas físicas, indivíduos. Por sua vez, a área de pessoa física é dividida em Varejo e Private Banking.

O Private Banking é o segmento do banco que atende os clientes investidores que possuem um volume de investimento bem significativo. Cada banco tem seu corte de valor, mas muitos trabalham com clientes acima de R$ 5 milhões de investimento financeiro na instituição.

Neste post vou focar nesse segmento e na estatística disponível na Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).  Vejamos o que mostram os números do final de 2017.

Como está dividido esse segmento?  Onde está o dinheiro desses brasileiros?  Onde aplicam esses afortunados financeiramente?  Confira a seguir a alocação desses clientes:

47,6% deles estão alocados em fundos de investimento, sendo 42,6% em fundos da Instrução CVM 555 (inclui fundos abertos e exclusivos) e 5,0% em fundos estruturados (FIDC, FII, FIP e outros);

25,2% em fundos multimercados;

14,8% estão investidos em ações, em fundos ou diretamente na bolsa;

33,8% em títulos de renda fixa, sendo 3,0% em títulos públicos e 30,7% em títulos privados;

9,1% em previdência privada.

Considero uma fatia relevante a da previdência privada.  Certamente por isso que a previdência passou a fazer parte do conteúdo das provas de certificação CPA-10, CPA-20 e CEA.

É de imaginar que quem tem muito dinheiro não precisaria fazer uma previdência.  Entretanto, muitas previdências privadas, nesse caso, são VGBLs, visam planejamento sucessório.  Isso porque, no caso de falecimento do titular, o beneficiário receberá o valor em até 30 dias, sem passar por inventário, atendendo às primeiras necessidades da família.  Além disso, é uma forma de indicar beneficiários específicos, sem que haja contestações a respeito.

Outro dado que merece destaque é a fatia destinada ao segmento de renda variável, mais especificamente ao mercado acionário.  De acordo com o imaginário popular, gente rica deve investir muito em ações.  No entanto, as estatísticas mostram que esse tipo de investimento não chega a 15%.

Uma hipótese a ser verificada é a idade desses clientes e sua propensão a correr riscos.  Minha experiência diz que grande parte desses investidores já tem mais de 50 anos e vê esse dinheiro como preservação de capital, e não de risco.  Daí alocar somente 14,8% nesse segmento.

Em próximo post tratarei sobre os bankers, como são chamados os profissionais de atendimento desse segmento, e onde habitam esses clientes. 

Para quem tem mais interesse no assunto, possuo duas obras que tratam dos exames de  certificação da ANBIMA, para profissionais que desejam atuar no mercado financeiro e de capitais. São elas Exame de Certificação ANBIMA CPA-10 e Exame de Certificação ANBIMA CPA-20.

LILIAN MASSENA GALLAGHER
Atua no mercado financeiro há mais de 26 anos e, desde os primórdios da exigência de certificação pelo Banco Central do Brasil, vem ajudando pessoas a alavancarem suas vidas profissionais. É Mestre em Administração pela Universidade Estácio de Sá e tem mestrado em Administração pelo Instituto COPPEAD de Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professora convidada de diversas universidades, trabalhou nos bancos Bozano Simonsen, Nacional/Unibanco, BankBoston e Brascan. Autorizada pela CVM a prestar Consultoria de Valores Mobiliários. Certificada pela ANCORD e CPA-20. Autora de vários livros voltados para as provas de certificação do mercado financeiro e de finanças pessoais, entre eles Exame de Certificação ANBIMA CPA-20, publicado pelo GEN | Atlas.

Fonte: Lilian Gallagher

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