quarta-feira, 23 de maio de 2018

Greve dos caminhoneiros complica oferta de serviços produtos no país

A paralisação dos caminhoneiros em mais de 20 Estados atinge até as postagens nos Correios. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos suspendeu temporariamente as postagens das encomendas com dia e hora marcados (Sedex 10, 12 e Hoje). 


Em comunicado, os Correios informaram que a paralisação também tem gerado "forte impacto" e atrasos na operações da empresa em todo o país.



"Tendo em vista comprometer a distribuição, também haverá o acréscimo de dias no prazo de entrega dos serviços Sedex e PAC [entrega não expressa], bem como das correspondências enquanto perdurarem os efeitos desta greve", diz o texto.



No mesmo documento, os Correios informam que "toda a logística brasileira" sofre prejuízos em decorrência paralisação dos caminhoneiros, iniciada segunda-feira (21). 



A operação dos Correios envolve mais de 25 mil veículos, 1,5 mil linhas terrestres e 11 linhas aéreas de norte sul do país. A empresa entrega mensalmente cerca de meio bilhão de objetos postais, entre eles 25 milhões d encomendas. 



"Os Correios estão acompanhando os índices operacionais de qualidade de toda essa cadeia logística e, tão logo a situação do tráfego nas rodovias retorne à normalidade, a empresa reforçará os processos operacionais para minimizar os impactos à população", acrescenta a nota. 



Caminhoneiros voltaram a bloquear rodovias pelo país nesta terça-feira (23), pelo terceiro dia seguido, contra o aumento no preço dos combustíveis. 



Carrefour 



O vice-presidente financeiro do Carrefour Brasil, Sébastien Durchon, apontou que, se a greve dos caminhoneiros se prolongar por mais tempo, as vendas da rede varejista serão afetadas, tanto no segmento perecíveis como no de bens duráveis. 



"Por enquanto, a gente ainda não foi afetado, mas se a greve durar mais seremos afetados sem dúvida", disse o executivo, em evento organizado pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), em São Paulo. 



Durchon disse que os alimentos serão os primeiros a serem impactados na oferta e nos preços, seguidos pelo bens duráveis, inclusive nas vendas feitas por meio do comércio on-line. "O produto, mesmo o vendido pela internet, precisa ser entregue", afirmou. 



Segundo o vice-presidente do Carrefour, a empresa trabalha com um cenário de inflação controlada e baixa, de baixo crescimento de resultados. "Temos uma deflação nos alimentos. Isso reduz o 'colesterol' das vendas Mas os custos não caíram. Então temos que apostar na busca de eficiência para manter margens" afirmou. O executivo prevê que 2018 terá uma crescimento moderado. 



Aves e suínos



O terceiro dia de paralisações dos caminhoneiros autônomos suspendeu as atividades de 91 mil trabalhador de plantas industriais da suinocultura e avicultura. 



De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), há 78 plantas paradas, principalmente n regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país. 



O cenário supera a expectativa da entidade para o dia. Na terça, cinco plantas estavam fechadas no país e o cenário para esta quarta previa ao menos 20 unidades sem condições para operar. 



Elas fecharam porque, com a greve dos caminhoneiros, não está sendo possível levar os animais das granjas para abate e a produção não consegue deixar a indústria para chegar aos supermercados ou aos portos, para exportação.



Por João Jose Oliveira e Silvia Rosa | Valor, com Agência Brasil e Folhapress



Fonte: Valor

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