Lendo uma entrevista com o psicólogo Daniel Kahneman, que ganhou prêmio Nobel de Economia provando que ninguém consegue ser racional o tempo todo, lembrei-me de uma lição aprendida há pelo menos 50 anos, ainda no banco escolar. Ou melhor, no tempo do banco escolar, mas fora dele.
Como graduando na USP, me vi diante de uma oportunidade ímpar de utilizar e demonstrar conhecimento quando um amigo do interior me contou que deixara de ser empregado para montar um torno no fundo do quintal e trabalhar por conta própria. Sentei-me ao lado dele e comecei a pedir informações: quanto ganhava como empregado, quanto investiu de sua poupança e do acordo trabalhista (não havia FGTS naquela época) na compra do torno, quanto ganharia se aplicasse esse dinheiro, quanto gastaria de energia e materiais no novo trabalho, quanto tempo duraria o torno, se lembrava que não ganharia nada quando saísse de férias etc etc.
por Eliseu Martins é professor emérito da FEA-USP e da FEA/RP-USP, consultor e parecerista na área contábil
Fonte: Capital Aberto
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