De acordo com o Boletim Focus, o mercado não acredita na promessa do BC de elevar a inflação para o intervalo da meta, cujo centro é 4,5% e, o teto, 6,5%
O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira (25/01), uma rodada de alta de estimativas de analistas para a inflação em 2016 e em 2017, depois da semana histórica para a política monetária.
A mediana das projeções para a inflação deste ano passou de 7% para 7,23%, ante 6,86% um mês atrás.
Com essa atualização, nota-se que o mercado não acredita na promessa do Banco Central de levar a inflação para um ponto dentro do intervalo da meta, cujo centro é 4,5% e, o teto, 6,5%, este ano.
A mediana das projeções para o IPCA em 2017, que é quando o BC promete entregar a inflação no centro da meta, também disparou.
No caso das expectativas para a inflação suavizada 12 meses a frente, a mediana subiu de 6,83% para 6,91% de uma semana para outra - há um mês, estava em 6,98%.
Para o curto prazo, houve correção das expectativas para a taxa para janeiro de 2016, que foi modificada de 0,92% para 1,05%. Um mês antes, estava em 0,84%.
Para fevereiro, a mediana das previsões, que estava em 0,80% há cinco semanas consecutivas, passou agora para 0,85%.
De acordo com o último Relatório Trimestral de Inflação, divulgado em dezembro, o BC projeta que a inflação encerre este ano em 6,2% no cenário de referência e em 6,3% pelo de mercado. Para 2017, a estimativa da autoridade monetária está em 4,8% pelo cenário de referência e de 4,9% pelo de mercado.
PREÇOS ADMINISTRADOS
Já diminuiu bastante a sensação do mercado financeiro de que os preços monitorados ou administrados pelo governo darão trégua à inflação deste ano.
De acordo com o Relatório de Mercado Focus, analistas estimam que esse conjunto de preços terá alta de 7,62%.
Na edição anterior, a elevação prevista era de 7,55% e, na de um mês atrás, de 7,50%. No caso de 2017, a mediana das expectativas permaneceu em 5,50% pela sétima semana consecutiva.
O BC conta com forte desinflação desse segmento este ano para levar o IPCA para o intervalo de 4,5% a 6,5%.
No último Relatório Trimestral de Inflação de dezembro, o BC escreveu que, em 2016, a dinâmica dos preços administrados e outros componentes são "fatores importantes do contexto em que decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vistas a assegurar a convergência da inflação para a meta de 4,5% estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), em 2017".
No mesmo documento, a autoridade monetária revelou que sua estimativa para esse conjunto em 2016 era de 5,9%, ante 5,7% considerados no Relatório anterior.
Essa projeção considera, para combustíveis, que os preços domésticos da gasolina e do óleo diesel encontram-se acima dos praticados no mercado internacional, restringindo, dessa forma, eventuais elevações.
Para os preços da energia, a projeção do BC de 4,6% para 2016 leva em conta redução da tarifa em dólar da usina de Itaipu e ausência de mudanças no valor definido pelo sistema de bandeiras tarifárias em 2016, muito embora os riscos hídricos tenham evoluído favoravelmente e tenha ocorrido desligamento de usinas térmicas de maior custo.
Já para 2017, a expectativa de reajustes dos itens administrados do BC é de 5,0%.
IGP-DI
O Relatório de Mercado Focus, divulgado pelo BC, mostrou que as projeções para o IGP-DI deste ano voltaram a disparar.
A mediana passou de 6,48% para 6,96% de uma semana para a outra. Quatro semanas atrás, estava em 6,14%.
Para 2017, a perspectiva de alta de 5,30% desse indicador da semana passada avançou agora para 5,50%. Já quatro edições atrás da Focus, a mediana para o IGP-DI estava em 5,30%.
O boletim Focus trouxe também que o ponto central da pesquisa para o IGP-M de 2016 passou de 6,60% para 6,75% de uma semana para outra - um mês antes estava em 6,48%.
No caso do ano que vem, a expectativa dos participantes é a de que o principal índice de inflação referência para reajuste de alugueis suba 5,48%, de acordo com o boletim Focus - estava em 5,28% no levantamento anterior e em 5,10% no realizado quatro semanas antes.
O IPC-Fipe para 2016 passou de 6,06% para 6,14%, segundo a pesquisa Focus de hoje. Um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de 5,81%.
Para 2017, a inflação de São Paulo subirá, pelo boletim Focus 5,18%. A mediana das previsões foi modificada hoje, após cinco levantamentos seguidos apontando para taxa de 5,00%.
Fonte: Diário do Comércio
Nenhum comentário:
Postar um comentário