O padrão internacional de contabilidade, conhecido pela sigla IFRS, é de uso obrigatório para todas as empresas listadas ou para a maioria delas em 101 países, o que equivale a 83% do total de 122 jurisdições consultadas pela Fundação IFRS, conforme levantamento inédito divulgado no dia 10 de dezembro.
Segundo a entidade, a maioria dos países que não obriga o uso do IFRS para companhias abertas permite seu uso para ao menos um grupo de empresas, como é o caso dos Estados Unidos, com as emissoras estrangeiras.
Ainda segundo o levantamento divulgado, 60% dos 101 países que usam o IFRS para companhias abertas estenderam sua aplicação para empresa de capital fechado de grande porte e/ou instituições financeiras.
O percentual sobe para 90% quando se considera a permissão de uso do IFRS como alternativa no caso das empresas de capital fechado e bancos.
Das 122 jurisdições pesquisadas, 57 requerem ou permitem o uso do pronunciamento do IFRS para pequenas e médias empresas, enquanto outros 16 estão estudando o assunto.
No Brasil, o uso do IFRS completo é obrigatório para as companhias abertas e fechadas de grande porte, que são aquelas com faturamento bruto acima de R$ 300 milhões ou ativo total de mais de R$ 240 milhões.
As instituições financeiras e seguradoras usam o IFRS em seus balanços consolidados e as empresas fechadas que não sejam de grande porte devem usar o padrão por obrigação indireta, já que os contadores são obrigados a seguir essas regras.
Esse é o primeiro levantamento formal feito pela Fundação IFRS para ter um mapa completo sobre o uso do padrão contábil em todo o mundo. Antes disso, trabalhava-se apenas com a estimativa de que mais de 100 jurisdições requeriam ou permitiam o uso dos normativos.
Agora a entidade conta com um documento que indica o estágio de adoção do IFRS em cada uma desses países, incluindo também a abrangência de seu uso e a existência de eventuais modificações em relação ao texto original.
Sem dar maiores detalhes, a Fundação IFRS diz que o levantamento identificou que as modificações são "raras e, na maioria dos casos, temporárias e de aplicação limitada".
No Brasil, uma das poucas divergências que havia ante a regra internacional foi sanada na semana passada, após a permissão do uso do método de equivalência patrimonial para registro de investimento em controladas no balanço individual (ou separado).
Em comunicado divulgado com a pesquisa, o presidente da Fundação IFRS, Michael Prada, destacou que a visão de se ter um padrão contábil global é defendida por entidades como G-20, Banco Mundial, FMI, Comitê de Basileia, Iosco (órgão que reúne as CVMs do mundo) e a Federação Internacional dos Contadores (IFAC).
Fonte: Valor Econômico – por Fernando Torres.
Via CRC/SP
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