Recentemente, publiquei um artigo com a economista Terezinha Filgueiras de Pinho, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima (IFRR), na edição de janeiro a março de 2018, da Revista Economistas, publicação do Conselho Federal de Economia (Cofecon), sobre o universo das criptomoedas e da bitcoin.
Terezinha Filgueiras de Pinho é economista, tecnóloga em gestão pública, mestre em gestão de empresas pela Universidade Autónoma de Asunción (PAR) e mestre em educação agrícola pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Foi Pró-Reitora de Administração e Planejamento do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima (IFRR). Autora de Políticas Públicas: Limites e Possibilidades, editado pela Editora Atlas | GEN – Grupo Editorial Nacional.
Dessa forma, segue o primeiro fragmento do artigo:
Segundo os dicionários, criptografar nada mais é do que converter um arquivo num código secreto, com o intuito de que as informações nele contidas não sejam lidas até serem decodificadas. Dessa maneira, as criptomoedas são moedas digitais, inventadas por programadores e criptografadas por meio de uma série de códigos-fonte de decifração complexa e difícil, objetivando garantir a respectiva proteção e segurança. Ao contrário da moeda tradicional, elas existem apenas no universo virtual.
O controle das criptomoedas, por seguir um sistema descentralizado, não envolve a administração por instituições financeiras e bancos. Elas substituem parcialmente as transferências internacionais realizadas por meio de papel-moeda, gerando oscilações de preços, além da especulação. Utilizadas como investimento, mas igualmente servindo para compra e venda no âmbito do mercado paralelo, preocupam e enfrentam oposição dos bancos centrais dos diferentes países.
Pastore (2018) ressalta que, embora existam exceções raras, por exemplo, nos casos de países em que hiperinflações ocorram e a moeda corrente, com todas as desejáveis características – tais como ter curso legal, exclusividade no pagamento de tributos, constituir medida e reserva de valor, além de estar sob controle mediante uma política monetária de estabilidade de poder aquisitivo –, chegue ao extremo de ser substituída pela de outros países, dando curso a dolarizações, o fato é que as criptomoedas estão florescendo em nações estáveis. Exemplificam essa situação os Estados Unidos, a Eurolândia e o Reino Unido.
Informações coletadas em fontes diversas dão conta de 1992 como a data de origem da criptomoeda, quando na Intel Corporation teria aflorado a ideia de criação de uma moeda digital anônima independente com o objetivo de mudança da estrutura das empresas, removendo o Estado do controle das operações financeiras.
Em 1998, na Universidade de Washington, foi apresentada a proposta do B-money, sistema de internet financeiro gratuito aos usuários e isento de impostos. Nessa mesma época foi tentada a criação de uma moeda digital, o Bit Gold, o qual não prosperou por não terem sido equacionados os problemas, entre eles o de rastreamento de transações e a respectiva descentralização, os quais prosseguiram insolúveis por uma década.
Em 2008, Satoshi Nakamoto, misterioso personagem pressupostamente japonês, sugere o conceito de Bitcoin, fundamentado em uma cadeia de informações sobre as transações realizadas. No ano seguinte, ela foi criada e começou a ser desenvolvida a Criptomoeda Bitcoin. Nakamoto teria deixado o projeto em 2010, sendo, desde então, raras as informações sobre o seu paradeiro ou o capital que ele detém, embora se estime este em um milhão dessa moeda.
Atualmente, existiriam mais de 1.000 criptomoedas alternativas, todas voláteis, denominadas, no conjunto, de Altcoins, movimentando diariamente, no conjunto, dezenas de bilhões de dólares. Ao lado da Bitcoin, objeto de consideração em parte subsequente, é oportuno enumerar algumas delas, o que será realizado no próximo post.
GILSON DE LIMA GARÓFALO
é Economista, Doutor e Livre Docente em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e Mestre em Economia pela Universidade Vanderbilt (Tennessee – Est ados Unidos). Pós-Doutorado na Universidade de Boston (EUA) e no Centro Internacional de Aperfeiçoamento Técnico e Profissional da Organização Internacional do Trabalho (Turim – Itália). Professor Associado da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP) e Professor Titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP).
Fonte: Gennegociosegestao.com.br/
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