Se você está começando um negócio agora ou mesmo é responsável por alguma empresa e não sabe o que é o ciclo de vida do produto, talvez você devesse dar um passo atrás e procurar algumas informações essenciais sobre esse assunto. Por mais que esse não seja um tema tão complexo, é de fundamental importância que você tenha alguns conhecimentos básicos relacionados ao produto com o qual sua empresa trabalha.
Para que você possa tomar as decisões mais corretas, é importante entender não apenas o que esse conceito significa, mas qual são os diferentes estágios pelos quais um produto pode passar. Uma escolha errada no meio do caminho, por exemplo, pode fazer com que você perca muito dinheiro e fique distante dos seus consumidores.
Você já reparou que quando um produto é lançado tem um tratamento diferenciado se comparado a quando ele está já há um ano no mercado? Tal comportamento não é por acaso. O público em geral anseia por novidades e mesmo o interesse que o marketing é capaz de despertar sobre ele no início não dura o suficiente para que o produto em questão seja eterno.
Tome como exemplo um celular. Quando ele é lançado, seu preço é mais alto, mas ainda assim os consumidores estão dispostos a pagar o valor pedido pelo fabricante. Da mesma forma, a maior parte dos investimentos em propaganda ocorrem nesse momento. A ideia é sempre chamar a atenção para a novidade e fazer com que os consumidores sintam a necessidade de conhecer o novo produto.
Passado um tempo – em geral dois ou três meses – os investimentos em marketing diminuem. Muitos compradores já conheceram o produto e mesmo os concorrentes lançam novas alternativas, que agora parecem mais interessantes. É hora de mudar a estratégia e baixar o preço para alavancar as vendas.
O preço segue baixando até que aconteça um equilíbrio entre a quantidade de itens vendidos e a lucratividade do fabricante. Nesse momento, costuma-se dizer que o produto atingiu a maturidade e se sai bem a empresa que conseguir manter esse período pelo maior tempo possível.
Por fim, depois de um ou dois anos, o produto se mostra superado e nem mesmo o preço mais baixo é capaz de atrair novos consumidores. Ele entra no seu período de declínio e o objetivo da empresa agora é zerar os estoques e suspender a fabricação, uma vez que o velho celular deve dar espaço para novos modelos.
Ciclo de vida x matriz BCG
Outro conceito de extrema importância no mundo da administração é a chamada Matriz BCG. Trata-se de uma metodologia de análise desenvolvida na década de 70 pela Boston Consulting Group e que permite analisar diversos aspectos de um produto. A matriz é dividida em quatro quadrantes: interrogações, estrelas, vacas leiteiras e abacaxis.
As interrogações são os novos produtos, aqueles que acabaram de entrar no mercado. Como ainda são muito novos, não há dados suficientes para avaliar se eles serão um sucesso ou vão se revelar um fracasso. Esse é um momento de cautela e o objetivo de qualquer empresa é fazer com que eles se tornem estrelas ou vacas leiteiras.
Já as vacas leiteiras são aqueles produtos consolidados e que respondem pela maior parte do lucro ou do faturamento de uma empresa. Eles são considerados a base de tudo: se você perde um deles, então sua rentabilidade pode ser seriamente comprometida. O objetivo de toda empresa é encontrar o maior número possível de vacas leiteiras.
As estrelas são os chamarizes da empresa. Trata-se daqueles produtos que vendem bastante, mas que em compensação também requerem um bom volume de investimentos para se manterem no topo. Um produto estrela, se bem trabalhado, pode se tornar uma vaca leiteira na empresa.
Por fim, temos os abacaxis. São os produtos que custam caro para serem produzidos e que não capazes de gerar lucro suficiente para a companhia. Depois de um certo tempo, insistir com eles no mercado se mostra pura perda de tempo e de dinheiro. É melhor eliminar abacaxis e investir em interrogações do que continuar carregando esses verdadeiros pesos-mortos.
E por que você precisa saber disso?
Simples. É preciso ter um olhar crítico sobre cada um dos produtos da sua empresa e saber em que estágio eles se encontram e o que representam em uma matriz BCG. Muitas empresas acabam ficando para trás no mercado porque não percebem a hora que uma estrela ou uma vaca leiteira passa a ser um abacaxi.
Por comodismo, por falta de análise ou mesmo por uma insistência irracional, essas companhias continuam colocando dinheiro em produtos cujo ciclo de vida já se apresenta em declínio. A tendência, nesse caso, não é de que as coisas melhorem, mas sim que se tornem insustentáveis. É o momento em que os gestores devem buscar diversificar sua atuação, dando até mesmo novos rumos para o negócio, se for o caso.
Fonte: Sage
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