Foi-se o tempo em que o empresário sonegador precisava do conluio de uma rede formada por comprador, funcionário
da portaria, estoquista, vendedor, tesoureiro e, finalmente, contador, para comprar, receber, estocar e entregar
mercadoria sem nota, com meia-nota ou com outros tipos de irregularidades.
Ele podia virar refém de um ou de vários integrantes dessa cadeia e, conforme a empresa crescia, dependia da
cooperação e do silêncio de mais pessoas dessas áreas e de outras igualmente vitais para a sonegação. Houve casos
de empresas que quebraram por causa da insatisfação de um desses elos — que tinha as provas na mão.
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por Eliseu Martins é professor emérito da FEA-USP e da FEA/RP-USP, consultor e parecerista na área contábil
Fonte: Capital Aberto
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