Daqueles que estão com 35 anos ou menos, uma pequena minoria tem consciência de que, além da sonegação fiscal, a contabilidade tem outro enorme inimigo: a inflação. Afinal, a não consideração dos seus efeitos nas demonstrações contábeis distorce o patrimônio e o lucro e ilude quanto às efetivas taxas de retorno do empreendimento. E ainda ilude na avaliação de empresas (valuation).
A extinção da correção monetária dos balanços a partir de 1996 colocou-nos no mundo dos desenvolvidos, que não reconhecem os efeitos inflacionários na contabilidade. Maravilha, poderíamos pensar. Estamos entre os bons, como os norte-americanos, os alemães, os japoneses, os ingleses etc. Só que a verdade é essa: os desenvolvidos não consideram os efeitos da inflação, simplesmente porque não têm a devida noção de quais são as verdadeiras dimensões desses efeitos. Nem para fins gerenciais. E nos igualamos a eles nisso: passamos a integrar o grupo dos que ignoram essa faceta tão importante da informação contábil.
Quanto aos que sentiram ou ainda sentem tais efeitos, temos inclusive tentado, juntamente com o IASB, que analise detidamente o problema, mas não temos sido felizes: parece que fecham os olhos e não querem ver o que não é agradável. Temos várias dessas histórias, e recentíssimas, para contar (a última ainda neste ano!).
Contudo, vamos fazer o seguinte: vamos rememorar para alguns e, talvez, introduzir novidades para outros, discutindo um conjunto de exemplos sobre quais são esses efeitos, pelo menos os mais relevantes, para podermos entender melhor o assunto e, inclusive, entendermos melhor artigos, livros e materiais sobre o problema.
por Elaborado pela Editoria (Texto original: Prof. Eliseu Martins). Agradecemos ao Prof. Ariovaldo dos Santos pelas valiosas contribuições ao texto
Fonte: Revista FIPECAFI
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