terça-feira, 7 de agosto de 2018

O que é capital de giro e para que serve?

Saber o que é capital de giro e para que ele serve é algo essencial para os empresários de companhias de todos os segmentos e tamanhos. Isso porque a saúde do seu negócio dependerá, em muitos momentos, dos valores acumulados para essa finalidade.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Sebrae-SP, 27% das novas empresas fecham as portas no primeiro ano, chegando a 50% as que encerram as atividades nos quatro primeiros anos. A mesma pesquisa identificou que, entre as seis principais causas de falência, três estão relacionadas a ações do empresário que levam à deterioração da saúde financeira do negócio.

Um dos principais equívocos diz respeito à falta de atenção ao capital de giro. Ele é de suma importância para a boa administração financeira da empresa e não pode ser negligenciado. Porém, o que acontece é que, muitas vezes, o empresário sequer sabe do que se trata ou então o considera como algo secundário.

Isso costuma levar a problemas com pagamentos, quitação de pendências, ausência de recursos financeiros em momentos críticos e outras questões que levam à necessidade de empréstimos ou mesmo à falência.

Para entender o que é capital de giro, sua importância e como calculá-lo, acompanhe o post de hoje e se mantenha fora das estatísticas negativas!

O que é capital de giro?
O capital de giro é o ativo circulante da empresa para arcar com os custos e despesas fixos e variáveis. Ou seja, são os recursos financeiros que se encontram em estoque, os investimentos líquidos (como ações ou títulos do tesouro, por exemplo), os valores em contas bancárias, os pagamentos a receber, e tudo aquilo que pode ser facilmente convertido para o  cumprimento das obrigações negociais e para a manutenção do bom funcionamento da empresa.

Portanto, o capital de giro se diferencia do investimento fixo, que é toda a estrutura da empresa que foi adquirida para seu funcionamento (imóveis, equipamentos, veículos, máquinas, entre outros).

Se uma empresa vende um produto a prazo no mês de maio, mas receberá o valor correspondente apenas em julho, isso significa que durante o mês de junho será preciso ter capital para que as despesas fixas continuem sendo pagas. O seu capital de giro é como se fosse o seu banco ou sua reserva: é dali que você “empresta” recursos até que os pagamentos sejam realizados.

Outra situação comum na qual o uso do capital de giro é importante é durante períodos de sazonalidade. Todos os negócios têm meses em que o volume de vendas é menor. Se ocorrer de a empresa não atingir o ponto de equilíbrio em um mês, o capital de giro será o responsável por segurar a diferença durante um período, de forma que funcionários, impostos e demais obrigações não deixem de ser pagas por falta de dinheiro.

Qual é a importância do capital de giro?
A maior importância do capital de giro é que ele representa o quanto a empresa pode dispor para adimplir e sanar suas obrigações e contas. Empresas que operam com um capital de giro baixo acabam incorrendo em maior risco financeiro, pois, em eventualidades de mercado, recessão, despesas imprevistas ou necessidade financeira, elas acabam ficando despreparadas.

Isso quer dizer que o capital de giro está diretamente ligado à saúde financeira da empresa e, por isso, é de extrema importância saber como calculá-lo e manter seu fluxo alto.

Em outras palavras, quanto maior for o capital de giro, maior será o tempo que a empresa poderá se manter em atividade, com suas obrigações em dia, mesmo que ela deixe de receber qualquer valor que seja. Em um cenário razoável, é importante ter em mente uma perspectiva de pelo menos seis meses.

Se a sua companhia tem uma despesa de R$ 20 mil por mês, recomenda-se ter pelo menos seis vezes esse valor como capital de giro – no caso, pelo menos R$ 120 mil. Trata-se de uma segurança para o empresário e para os gestores, um dinheiro que será útil em momentos de emergência – e que deve ser reposto nos momentos de bonança.

Como o capital de giro é calculado?
Para calcular o capital de giro líquido (CGL), deve-se subtrair o passivo circulante (PC) do ativo circulante (AC).

CGL = PC – AC

Passivo circulante: todas as despesas e custos fixos, programados ou previsíveis, como contas a pagar, fornecedores, empréstimos, salários e encargos trabalhistas, aluguéis, entre outros.
Ativo circulante: é toda a forma de recursos disponíveis ou facilmente convertidos em liquidez, como valores em contas bancárias, aplicações financeiras, contas a receber, entre outros. Quanto maior o capital de giro líquido, maior a capacidade da empresa em cumprir seus compromissos e investir.

Muitas instituições financeiras, quando vão avaliar uma possibilidade de empréstimo ou financiamento para uma empresa, levam em consideração esse dado como fator de risco. Empresas com capital de giro suficiente têm menos chances de ficarem inadimplentes do que aquelas que estão passando por momentos de dificuldade financeira.

Dessa forma, seja como empresário ou como gestor, tenha em mente que preparar a sua empresa para suportar momentos sazonais é fundamental desde a concepção da companhia. A atenção deve ser redobrada quando um negócio está no início: nos primeiros meses, boa parte do faturamento pode ser destinada a pagar investimentos, de maneira que o capital de giro passa a ser um suporte essencial até que se atinja um ponto de equilíbrio.

Sabendo o que é capital de giro, qual é a sua relevância para a saúde financeira da empresa e como calculá-lo, fica mais fácil agir com planejamento e ter uma gestão mais eficiente do seu negócio. Em hipótese alguma se descuide desse aspecto da sua empresa.

Fonte: Sage

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