Não tenho novidade sobre a matéria, apenas a lembrança de um assunto que parece ser esquecido, com mais frequência do que seria razoável, no mundo dos negócios, na sociedade e, o que é pior, no planejamento e na execução das políticas públicas.
“A Pátria é a família amplificada” (Rui Barbosa, 1903). Vamos explorar a ideia de uma forma metafórica e dentro de um contexto econômico e contábil.
A família Silva vive da produção de crochê, usando agulhas que fizeram de bambu e que têm vida quase eterna. Gastam R$ 20 mil por mês em compra de linha e recebem R$ 25 mil mensais pela venda dos produtos, num país sem impostos. Seu PIB (diferença entre o output e o input), portanto, é de R$ 5 mil mensais. Eles estimam que o valor de mercado da mão de obra que empregam é de R$ 3 mil, e assim consideram, num conceito bem evoluído, que têm lucro líquido contábil de R$ 2 mil por mês. Aprenderam a separar remuneração da mão de obra do lucro. Só que gastam os R$ 5 mil do PIB familiar no dia a dia, com a sensação de estar se sustentando com os R$ 3 mil e aproveitando a vida com os R$ 2 mil. Ceteris paribus, todavia, vida eterna à família.
por Eliseu Martins
Fonte: Capital Aberto
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