segunda-feira, 10 de novembro de 2014

10/11 A percepção dos auditados em relação à auditoria interna

A auditoria surgiu para suprir as necessidades de informações que os usuários necessitavam e ela é classificada em dois tipos: auditoria externa e interna.

A auditoria externa, conhecida como auditoria independente, tem como finalidade atender aos usuários externos de uma organização (investidores, clientes, credores, agências reguladoras e público em geral), mediante a apresentação de informações contábeis e financeiras fidedignas em relação às empresas objetos de análise, a fim de auxiliá-los à avaliação das entidades desejadas.

Todavia, a análise da auditoria externa não atende por completo à necessidade da administração pelo fato do trabalho do auditor externo ser temporário e direcionado para os relatórios contábeis, não permitindo uma análise aprofundada dos controles internos da empresa e o seu respectivo acompanhamento, o que conduz ao surgimento da auditoria interna, que é o foco de discussão desse artigo.

A auditoria interna verifica a integridade e eficácia das informações contábeis, financeiras e dos controles internos operacionais da empresa que está em processo de auditoria, utilizando como parâmetros as normas de controle interno e os métodos adotados pela empresa.

Na percepção dos gestores, a auditoria interna é um instrumento de apoio à gestão, na medida em que os auxiliam a atingirem seus objetivos, mediante o fornecimento de informações úteis, mitigação de riscos estratégicos da empresa, viabilização da eficiência, eficácia e economicidade do desempenho e da utilização de recursos.

Em todos os setores da economia a auditoria interna é essencial, mas principalmente nas instituições financeiras que, são entidades públicas ou privadas responsáveis por coletar, intermediar ou aplicar os recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira. Além disso, elas são responsáveis por garantir o funcionamento dos serviços financeiros e representar no mercado nacional elevada parcela de lucratividade.

A importância da auditoria interna nas instituições financeiras deve-se à crescente evolução do volume e complexidade das atividades desempenhadas por elas, adicionado ao desafio constante de garantir a integridade das informações prestadas, em conformidade com metas, objetivos e normas internas vigentes, estipulados pela área estratégica da empresa.

Os auditores internos são funcionários da própria instituição auditada, que devem praticar análises criteriosas e controles dos procedimentos, de forma íntegra e ética, e acima de tudo de forma independente. A fim de que o trabalho do auditor interno seja eficaz é imprescindível que haja a colaboração do auditado na apresentação das informações solicitadas, obtidas mediante uma comunicação clara e harmoniosa entre as partes, ausente de medo ou receios.

Porém verifica-se que apesar das atividades de auditoria interna serem orientadas à parceria ao invés da punição, o que reflete na modificação de comportamento e na percepção dos auditores e auditados, a atual auditoria interna sofre ainda os resquícios da imagem de anos de controles detectivos, práticas policialescas e punitivas, constituindo empecilhos na comunicação e procedimentos entre a auditoria interna e os auditados.

Muitas vezes para os auditados a auditoria interna causa amedrontamento, visto que uma das tarefas do auditor é informar aos superiores dos auditados as falhas encontradas. Assim os auditados ficam ansiosos para verificar, ao final do trabalho de auditoria, se alguma tarefa sob sua responsabilidade consta no relatório. O auditor interno deve enfrentar o medo dos auditados, pois ele só realizará um bom trabalho se obtiver a cooperação das pessoas. A confiança das pessoas pode ser conquistada mediante a discussão imediata de todos os problemas encontrados, dando a oportunidade de regularizar as falhas encontradas antes da emissão do relatório final; ou caso as falhas não possam ser regularizadas no decorrer dos trabalhos, serão informadas à administração superior como em fase de regularização. Desta forma cria-se uma parceria entre a auditoria interna e os auditados.

Portanto, apesar da atual auditoria interna ainda sofrer os resquícios da imagem de ameaça, verifica-se que ao longo dos anos essa imagem presente nos auditados gradativamente está perdendo suas forças, pois muitos colaboradores passaram a compreender, mediante treinamentos ou esclarecimentos dos gerentes, qual o papel do auditor interno e os benefícios do trabalho da auditoria interna não somente a eles, mas à organização.

A partir desse entendimento por parte dos auditados a colaboração e os benefícios associados à comunicação e ao inter-relacionamento entre eles e a auditoria interna passam a prevalecer, proporcionando a otimização do trabalho, o atendimento dos objetivos organizacionais e consequentemente a satisfação do auditado.

Larissa Ando - Bancária

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