O intenso debate em relação ao conceito de goodwill (ágio fundamentado em rentabilidade futura, após a identificação de intangíveis) na combinação de negócios depois da publicação do CPC 15, em 2011, acabou ofuscando um outro ponto bastante importante do documento: o earn out. Resumidamente, esse mecanismo define o pagamento de parcelas da operação vinculado ao cumprimento de metas de desempenho futuras nas situações em que negócios são combinados.
Um exemplo hipotético: uma empresa X vai comprar a empresa Y. Elas formalizam um contrato que prevê o pagamento de 70% do valor da transação ao dono ou sócio da empresa Y no ato e os 30% restantes sob a forma de earn out. Esses 30%, no entanto, não são um percentual fechado — estão vinculados a algumas metas para o desempenho futuro da empresa adquirida. Com esse instrumento, garante-se que ambas as partes tenham interesse no crescimento do negócio. Comprador e vendedor podem estabelecer como metas a permanência do ex-dono ou sócio por determinado período, a retenção de funcionários ou o aumento de receita futura.
Carlos Miyahira é sócio da consultoria Grounds e especialista na área contábil
Fonte: Capital Aberto
Nenhum comentário:
Postar um comentário