O déficit em conta corrente superou US$ 4 bilhões em julho. Para agosto, o Banco Central projeta as contas negativas em US$ 800 milhões
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, afirmou nesta terça-feira, 23/08, que a estimativa da instituição para agosto é de déficit em conta de US$ 800 milhões. Em julho, houve déficit em conta de US$ 4,050 bilhões.
De acordo com Maciel, este resultado de julho veio bastante próximo do que esperava a instituição, que previa saldo negativo de US$ 4,3 bilhões.
Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, são justamente os saldos comerciais positivos os principais responsáveis pela melhora da conta corrente brasileira neste ano.
Em julho, o saldo comercial foi positivo em US$ 4,327 bilhões e, no acumulado do ano até o mês passado, somou US$ 26,680 bilhões.
"Os resultados melhores no ano se devem, em parte, aos resultados da balança comercial", reforçou. "Cerca de dois terços do ajuste que vemos em transações correntes decorrem da balança comercial. Outro um terço vem do setor de serviços", disse.
No ano, até julho, a conta de serviços está negativa em US$ 17,142 bilhões. No mesmo período do ano passado, no entanto, acusava um rombo de US$ 23,747 bilhões.
Questionado a respeito da continuidade do desempenho da conta corrente no segundo semestre, em um ambiente de dólar mais baixo ante o real, Maciel afirmou que o câmbio corrobora a visão de que há uma acomodação, um menor ritmo de ajustamento da conta corrente.
Essa visão, de ritmo menor de ajustamento da conta corrente no segundo semestre, já havia sido citada pelo BC no mês passado.
BALANÇA
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central atribuiu mais uma vez à balança comercial o principal papel do ajuste das contas externas brasileiras. "Tem sido o segmento de maior ajuste", afirmou.
De janeiro a julho, de acordo com ele, as importações recuaram 27%, com queda de 10% nos preços e de 19% do quantum. As exportações tiveram recuo bem menor no período, de 5,6%, m os preços em baixa de 13,6% no ano e o volume ainda crescendo 9% de janeiro a julho.
Para Maciel, alguns produtos importantes seguem em alta significativa: milho praticamente dobrou ante 2015, automóveis cresceram 43%, soja em grão teve alta de 9% e celulose e carga bovina, de 13%.
"São itens importantes da nossa pauta", enfatizou. Do outro lado, de acordo com ele, houve um recuo generalizado. "Vale destacar em volumes os bens de consumo duráveis recuando 44%, principalmente automóveis, bens de capital com queda de 17% e matérias primas, de 18%", citou.
INVESTIMENTO DIRETO
Maciel salientou ainda que o volume de entradas de US$ 78 milhões em julho de Investimento Direto no País (IDP) foi o menor desde março de 1995, quando houve saída líquida de US$ 24 milhões.
No ano até julho o saldo está em US$ 34 bilhões ante US$ 36,9 bilhões de igual período do ano passado.
Mais uma vez, sem citar a operação em si, o técnico do BC disse que se trata de um resultado proveniente de uma operação financeira. No fim de junho, a compra do HSBC pelo Bradesco foi oficialmente finalizada, o que pressupõe pagamentos ao exterior.
Para agosto, Maciel projeta entradas de IDP no valor de US$ 7 bilhões. "Isso reforça a ideia de que o resultado de julho foi pontual", considerou. Até o dia 19 deste mês, o IDP está em US$ 5,2 bilhões.
Fonte: dcomercio.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário