segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

15/02 Um pouco do que o brasileiro pensa sobre impostos

O Instituto Data Popular realizou uma pesquisa nacional para saber o que o brasileiro pensa sobre os impostos (tributos, no sentido técnico). As opiniões foram colhidas entre 1 e 4 de setembro de 2015 e eu destaco aqui alguns pontos interessantes do levantamento:

  • Perguntados se pagavam muitos impostos, 68% dos entrevistados disseram que “sim” e 69% concordaram com a afirmação “não vejo retorno nos impostos que eu pago“. Considero este último percentual um dos mais instigantes porque – como espero abordar aqui no futuro – acredito que existe uma associação entre o comportamento das pessoas em relação ao pagamento dos tributos (exemplo: pagar o imposto de importação sobre um produto adquirido durante uma viagem ao exterior) e a percepção dos benefícios decorrentes da tributação. Quando as pessoas não enxergam o retorno dos impostos na forma de serviços públicos de qualidade, elas ficam tentadas a não pagar os tributos (claro que muitos outros fatores influenciam nessa decisão).


  • Outro dado curioso – e relacionado ao que eu disse logo acima – surgiu a partir do quesito em que o entrevistado precisava escolher entre (a) pagar menos impostos ou (b) ter mais serviços públicos de qualidade. A maioria (65%) escolheu a segunda opção, como é possível verificar no gráfico contido no resultado da pesquisa:





Essa forte preferência por serviços públicos melhores é verificada em todas as classes econômicas, sendo de 58% para a classe AB (de renda mais alta) e de 65% para a classe DE (de renda menor).

Refletindo sobre os dados mencionados aqui, parece que a opinião do brasileiro é de que a elevada carga tributária pode ser tolerada se o resultado arrecadado for realmente investido na prestação de bons serviços para a sociedade. Isso não é estranho porque em vários países de alta tributação – como a Dinamarca – a população apresenta tolerância aos altos impostos em troca de viver no estado de bem-estar social.

A margem de erro da pesquisa é de 2,96% em uma margem de confiança de 95%.


Fonte: Artigoi.com

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