Considerando a atual tendência de harmonização da contabilidade e do relato financeiro à escala internacional, é desejável conceber um regulamento claro e detalhado sobre a forma e conteúdo do relatório da gestão. Esta reflexão evidencia a importância do mesmo na tomada de decisão.
Atualmente, vive-se uma época caracterizada pela supressão das fronteiras, sobretudo em termos económicos e monetários. A economia global e a inerente internacionalização dos negócios e das empresas aproximaram os agentes económicos e proporcionaram o desenvolvimento de uma linguagem económica e financeira comum e inteligível em termos internacionais. A qualidade da informação publicada é relevante para as decisões dos investidores, suportada em fatores como:
- Necessidade de obtenção de financiamento com recurso ao mercado de capitais;
- Maior exigência de liquidez dos títulos, o que contribuiu para um maior volume da informação. Porém, os escândalos financeiros ocorridos colocam em causa a forma e o conteúdo da informação, nomeadamente ao nível do:
- Relatório da gestão;
- Da objetividade dos aspetos conceptuais e das políticas contabilísticas que estão na base da elaboração e preparação da informação;
- Da ética e dos valores profissionais e pessoais de quem prepara e apresenta a informação;
- Das questões relacionadas com a governação empresarial. Observe-
-se casos recentes como Pescanova (2013), Gowex (2014), ESFG - Espírito Santo Financial Group (2014), BPN - Banco Português de Negócios (2008), BPP - Banco Privado Português (2008), BES - Banco Espírito Santo (2014) e GES - Grupo Espírito Santo (2014).
Por Helena Maria Santos de Oliveira - Doutora em Economia Financeira e Contabilidade (U. Vigo) Professora adjunta no ISCAP/IPP Membro do CECEJ – Centro de Estudos em Ciências Empresariais e Jurídicas
Fonte: Revista Contabilista n° 190
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