terça-feira, 28 de agosto de 2012
28/08 A contabilidade como fonte de resistência à crise econômica
Por Adão de Matos Junior*
Apesar do prolongamento da crise na Zona do Euro e da pífia performance de economias como a dos Estados Unidos e do Japão, o Brasil vem conseguindo manter um razoável dinamismo, resistindo à retração global. Esse contexto trouxe aos gestores brasileiros uma grande necessidade pela transparência das informações de suas empresas, e quando se fala em “transparência” no mundo corporativo não se pode prescindir da contabilidade, que é o que, neste universo, demonstra tais informações.
Nesse sentido, foi positiva a visão futurista do País que, desde o final de 2007,adaptou suas leis (com a Lei 11.638/07) a esse cenário que se iniciava na época, na qual o Brasil entendeu que para se enfrentar uma crise deveria buscar forças no mercado interno e no investidor externo.
Em contrapartida a esse fato, os investidores e os gestores também se depararam com a necessidade em compreender tais informações que eram geradas e, dessaforma, o Brasil passou a conhecer e dar importância à contabilidade
A busca do conhecimento por parte dos gestores e investidores quanto à contabilidade, seus princípios e suas normalizações trouxe uma linguagem mais adaptada ao mundo coorporativo e não somente ao nosso mercado, trazendo assim outra fonte de “salvação” durante a crise, quando naquele momento o Brasil estava se preparando para o mercado internacional não somente pelas grandes e médias empresas mas agora pelas pequenas e microempresas também.
As pequenas e microempresas brasileiras não tinham em sua cultura o fato de que a contabilidade fizesse parte de seu negócio e a tinham apenas como uma necessidade para prestar contas ao fisco, geração das guias de impostos e folha de pagamento, dentre outras tarefas. No entanto, agora estão atentas à importância da contabilidade como uma nova visão gerencial, como fonte de continuidade de seu negócio ou de atrair investimentos para o crescimento de sua empresa. Portanto, deve-se estar atento à necessidade de parcerias com empresas contábeis ou de apoio contábil especializadas e preparadas para as novas demandas.
O contador teve, além de obrigações novas, maior reconhecimento de suas atividades que passaram a ser importantes para a tomada de decisão em todas as empresas.
Para 2012, esperamos, neste segundo semestre, que o País retome o crescimento – observado nos últimos dois anos – o que fará com que aumente, ainda mais, a internacionalização – seja de empresas ou produtos. Mas, para realizar essa ação, não basta somente ter conhecimento da nova realidade contábil e sim aplicar e colocar os balanços em dia de modo que estes possam ser lidos em qualquer parte do planeta – a adoção do IFRS foi para suprir esta necessidade. Ou seja, a contabilidade se tornou parte essencial para realização dos negócios das empresas brasileiras.
Quem ganha com tudo isso são as empresas, o mercado e os investidores, que cada vez mais têm em suas mãos as demonstrações financeiras uniformes, de qualidade e transparentes.
* Adão de Matos Junior é diretor de operações da Trevisan Gestão & Consultoria, filial Belo Horizonte.
E-mail: adao.matos@tgec.com.br.
Fonte: INCorporativa
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