Como não errar na hora de calcular impostos do seu negócio
Respondido por Rodrigo Zeidan, especialista em finanças
Não é segredo para ninguém: a questão dos impostos para os empreendedores é bastante complicada. É comum a reclamação sobre impostos altos, mudanças de regras e cobranças dobradas, além da imensa burocracia pública.
Apesar disso, não há desculpas para a sonegação de impostos. Um empreendedor que não coloca os custos de impostos no seu planejamento financeiro está errado. Se o empresário precisa atrasar impostos ou sonegar para ter lucros é porque, na verdade, a empresa dá prejuízos. Isso não é culpa do “Custo Brasil”, mas da ineficiência do empreendedor em se planejar.
Existem formas de diminuir impostos e ainda beneficiar a companhia. Para empresas no lucro real, o pagamento de juros pode ser descontado da base do cálculo do Imposto de Renda. Isso significa que pode haver um benefício tributário de 34% sobre o montante de juros pagos.
Outra forma de analisar os demonstrativos da empresa é focar na receita líquida, e não na bruta. A diferença está nos impostos variáveis (ICMS, ISS) que são pagos pela venda de bens e serviços. Ao olhar a linha da receita bruta, o empresário acha que aquele é o faturamento da empresa - mas os impostos sobre as vendas não são da empresa, e são previsíveis. O faturamento real é aquele livre dos impostos sobre as vendas, a receita líquida.
É por isso que no modelo EVA (Economic Value Added), o fluxo de caixa da empresa que serve para remunerar os acionistas é o NOPLAT (Lucro operacional menos Imposto de Renda e CSSL). Afinal, o imposto de renda não é parte do caixa da empresa, mas sim do governo. Analisar as contas da empresa corretamente significa analisar o fluxo real de caixa da empresa. Esse fluxo sempre é líquido de impostos.
por Rodrigo Zeidan é especialista em finanças e professor da Fundação Dom Cabral
Fonte: Exame
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