O conceito de comunicação é tornar uma informação comum, ou seja, compartilhá-la com um receptor. Mas o que faz uma comunicação eficiente? Fazer o receptor entender a mensagem sem ruídos ou duplas interpretações. Neste sentido, existem alguns vícios e hábitos que podem fazer o mensageiro ser mal interpretado e perder a credibilidade numa reunião de negócios.
De acordo com Jay Sullivan, especialista em comunicação, em comunicação não existem habilidades certas ou erradas, porém alguns hábitos que acabamos pegando mania podem minar nossa credibilidade frente a outras pessoas. São eles:
Não é raro usarmos expressões como “eu acho”, “ eu acredito” ou “eu meio que penso isso” sobre determinado assunto. Esse tipo de colocação muitas vezes pode fazer com que os demais participantes de uma reunião pensem que você está em cima do muro ou está reticente com algo, enfraquecendo o seu ponto de vista.
Falar “mais ou menos isso” ou frases como “eu acho que talvez funcione optar pelo plano B” vai qualificar o seu discurso como fraco ou despretensioso, inseguro. E é normal a gente enfrentar situações no qual não queremos nos impor de uma forma agressiva, porém adotar a falta de convicção coloca nossa credibilidade à prova.
O oposto também é prejudicial em uma reunião de negócios. Sendo assim, o mesmo vale para expressões afirmativas que qualificam a chance de sucesso como inevitável. Você já percebeu que médicos e advogados evitam falar que tudo vai dar certo 100%? Eles são treinados a remover os efeitos qualitativos das frases e afirmações para evitar dar uma certeza absoluta, mencionando sempre que há riscos.
Como resolver isso?
É um processo de prática, portanto o melhor a fazer é treinar e isso começa na escrita de emails, documentos ou mesmo em discursos. Para quebrar um hábito negativo você precisa criar um novo hábito, e estudos no ramo da psicologia garantem que você precisa de um tempo grande para realizar esta mudança.
Depois de escrever, busque por palavras ou expressões-chave no seu texto e veja se essas palavras estão com o sentido adequado. Você não precisa ficar preocupado para que elas nunca apareçam, não precisa radicalizar. O importante é reler e se colocar no papel de quem estará lendo ou ouvindo. Será que pode gerar uma dupla interpretação?
2. Falar alto
Mudar a entonação da voz, sobretudo em perguntas, é natural. Mas quando você aumenta o tom sempre no final de cada sentença, pode indicar ansiedade e insegurança. Muitas vezes a gente nem percebe isso, portanto é ideal que um colega de trabalho ajude no policiamento deste hábito.
Uma solução para este problema é começar a trocar as entonações de voz por linguagens corporais. Manter o tom sempre na mesma altura e usar as mãos para se expressar pode ajudar a transmitir uma mensagem que gere mais empatia.
Usar o seu corpo em conjunto com a fala vai deixá-lo(a) mais confiante do que está falando, passando uma mensagem de maior credibilidade.
3. Preencher frases com sons
Esse é um hábito poderoso e muito comum, mas que precisa ser desconstruído. Emitir sons como “hum”, “eh”, “ahn” entre cada sentença é mais raro do que você imagina. Nós tentamos automaticamente preencher cada pausa para não deixar um espaço vazio, porém essa atitude é prejudicial.
O silêncio ou pausa entre cada sentença é primordial para que os ouvintes consigam processar as ideias que estamos falando. Atropelar esta lógica pode fazê-los desistir de prestar atenção na mensagem ou mesmo se confundir, enfraquecendo os seus argumentos.
A saída, neste caso, é prestar muita atenção quando você está falando e praticar o ato de criar pausas que não passem uma sensação de conclusão da sua fala. Neste momento, usar o seu corpo também é de muito valia. Olhe diretamente nos olhos das pessoas e use gestos no lugar de sons durante as sentenças.
4. Evitar repetições e expressões pobres
Quem nunca ouviu um “tipo assim” em uma reunião de negócios? Esta expressão é muito estereotipada para adolescentes que estão em processo de amadurecimento e têm dificuldades de comunicação. Além de empobrecer o seu discurso, demonstra despreparo ou pobreza de vocabulário.
Tudo bem, todo mundo tem seus vícios e informalmente pode acontecer, porém é a quantidade de repetições que acaba muitas vezes taxando a sua fala. O mesmo acontece para qualquer outro vício que leva à repetição sentenças em um curto intervalo de tempo.
Novamente, relembrar ou treinar o seu discurso é essencial. Somente a prática e o treino dia a dia vai deixar suas frases mais claras e seguras. Peça feedback dos seus chefes ou pares e trabalhe constantemente para que cada dia seja melhor. O importante é entender que se trata de um processo e não algo que muda do dia para a noite.
Não é à toa que Warren Buffett disse que uma empresa pode valorizar em até 50% apenas se os seus porta-vozes souberem se comunicar bem em público. O próprio bilionário afirmou que teve dificuldades na vida em relação à comunicação e, ao assumir isso, realizou cursos para reduzir seu medo e alcançar voos ainda mais distantes em sua carreira.
Fonte: Sage
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