O ensaio tem por objetivo estabelecer relação entre os preceitos teóricos contábeis que orientam os procedimentos de divulgação contábil para seus públicos de interesse, tanto internos quanto externos, com as duas principais correntes teóricas que tratam da função-objetivo da firma: a teoria dos shareholders e a teoria dos stakeholders. Na perspectiva da teoria dos shareholders, a firma deve definir objetivo único, que é o de maximizar a riqueza dos acionistas. No contexto da teoria dos stakeholders, a firma deve estabelecer objetivo múltiplo, qual seja, o de atender aos interesses de todos os envolvidos com suas atividades. Discute-se em que medida teorias, padrões e práticas contábeis emanam de conceitos dos dois modelos, principalmente no que se refere à demanda pelos usuários de informações úteis e relevantes. Há predomínio da teoria dos shareholders em influenciar preceitos contábeis que direcionam a divulgação de informações, embora já se discutam e se apresentem relatórios contábeis distintos, orientados para stakeholders da firma, sem que tenha sido estabelecido conjunto de conceitos que os expliquem e justifiquem no âmbito da teoria contábil. Adicionalmente, argumenta-se que ambas as correntes da teoria econômica apontam, ao cabo e ao termo, para a mesma direção: buscar o bem-estar dos stakeholders da firma. A pesquisa contribui para a literatura contábil no sentido de clarificar os impactos advindos dos dois modelos econômicos que tratam da função-objetivo da firma na evolução da teoria contábil, ainda não captados diretamente na discussão dos fundamentos da teoria contábil.
por Lineker Costa Passos, Aline Nogueira Bezerra, Antonio Carlos Coelho
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