Várias empresas pequenas têm sido alvo de aquisição ou assédio por fundos de private equity. O que as torna tão interessantes é o fato de serem criadoras de negócios inovadores, trabalharem em nichos específicos do mercado e apresentarem boas margens, boa presença e ótimo potencial. Para seus fundadores, trata-se de uma excelente oportunidade para colocarem dinheiro no bolso, no caso de uma venda, ou para receberem aporte dos recursos tão necessários para a expansão e a consolidação do negócio.
Ocorre que muitas vezes as negociações são frustradas pela falta de controles robustos e de uma contabilidade que apresente a adequada expressão da situação patrimonial e financeira da empresa, bem como dos resultados realizados.
Essa descoberta costuma surgir nas fases iniciais do processo de due diligence e gera alto grau de incerteza quanto aos riscos que podem ser encontrados. Investidores aceitam risco, mas primeir precisam conhecê-los e quantificá-los para decidir se vão eliminá-los, reduzi-los ou aceitá-los.
Sem uma boa contabilidade e um ambiente de controle adequado, essas informações tornam-se difíceis de serem obtidas e administradas, alimentando o temor de que o negócio não seja viável.
O resultado, no mais das vezes, é uma redução no valor da negociação, que desagrada os proprietários e acaba por inviabilizar a operação.
O ambiente contábil ruim não indica que esses empreendedores sejam maus administradores. Apenas não foram treinados para isso. Aliás, como disse Peter Thiel, cofundador do PayPal e do Palantir, “empreendedores não são sortudos ganhadores da loteria, mas pessoas que possuem uma visão clara do futuro e um bem elaborado plano para chegar lá”.
Focados nos seus planos de negócios, na busca de clientes e na solução de problemas que surgem a todo instante, os empreendedores acabam relegando as questões de controles e informações contábeis a planos secundários, preocupando-se tão somente com a adequação da prática fiscal.
Mas problemas poderiam ser evitados se contratassem uma auditoria das suas demonstrações contábeis. A auditoria tem o condão de apontar as fraquezas dos ambientes de controle e de indicar a melhor prática contábil para cada atividade. O diferencial de qualidade observado após o primeiro ano de auditoria é enorme.
A contratação de uma auditoria é um avanço nas melhores práticas e nem sempre representa custos elevados. Além das lideres de mercado, há inúmeras firmas menores, com bons processos e equipes treinadas, acostumadas com o ambiente de controle menos formal das empresas de porte médio e pequeno. Essas firmas têm custos mais baixos, que não comprometem o orçamento das clientes em início de processo.
Cada organização enfrenta desafios que dependem de seu tamanho, da complexidade das operações e dos riscos da atividade. É preciso tratá-los com objetividade e senso de realidade, mas garantir como produto final informação de boa qualidade e segurança. Um bom ambiente de controle e informação contábil confiável são fundamentais para a tranquilidade de administradores e investidores.
Não existe desculpa razoável para negligenciar a qualidade das informações contábeis. Nos casos potenciais de venda da empresa ou de aporte de recursos, essa negligência poderá ser fatal.
por Guy Almeida Andrade é presidente do Conselho de Administração do Ibracon – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil
Fonte: Site Maxpress - 01/12/2014
Via Ibracon.com.br
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