A taxa de câmbio expressa uma relação entre unidade de uma moeda e outra, ou seja, entre os valores de duas moedas. Por exemplo, se fosse necessário R$ 1,70 para se adquirir US$ 1,00, diz-se que a taxa de câmbio é de R$ 1,70 por US$ 1,00 ou: US$ 0,5828 para R$ 1,00. Se, em algum momento, fossem necessários mais reais para se adquirir a mesma quantidade de dólar, conclui-se que a moeda nacional se desvalorizou em relação à moeda estrangeira; ao contrário, tem-se uma valorização (apreciação) da moeda nacional.
O VET (Valor Efetivo Total) equivale ao total, em unidade monetária brasileira, da moeda estrangeira adquirida no mercado. Esse valor incorpora a taxa de câmbio, o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e tarifas incidentes na operação.
Por exemplo, admita os seguintes dados de uma operação de câmbio (R$/US$):
– Taxa de Câmbio (R$/US$) = R$ 3,00
– IOF (1,2%) = R$ 0,036
Tarifas Cobradas p/ Instituição (0,5%) = R$ 0,015
VET de Compra
VET = Taxa de Câmbio + IOF + Tarifas
VET = R$ 3,00 + R$ 0,036 + R$ 0,015 = R$ 3,051
VET de Venda
VET = Taxa de Câmbio – IOF – Tarifas
VET = R$ 3,00 – R$ 0,036 – R$ 0,015 = R$ 2,949
A paridade cambial, por seu lado, refere-se a uma relação de poder de compra entre as moedas emitidas por diferentes economias. Pela teoria econômica da paridade, admite-se que a taxa de câmbio entre duas moedas esteja em equilíbrio quando for equivalente à capacidade de compra interna de cada moeda. Ou seja, a taxa de câmbio de duas moedas encontra-se em equilíbrio quando o poder aquisitivo das moedas for equivalente à taxa de câmbio.
Por exemplo, se R$ 1,00 equivale a US$ 2,00, conclui-se que as duas moedas se encontram em equilíbrio se os mesmos bens puderem ser comprados por R$ 2,00 no Brasil e por US$ 1,00 nos EUA.
Se com os R$ 2,00 é possível adquirir mais bens no Brasil que US$ 1,00 nos EUA, torna-se mais interessante converter dólar em reais e comprar no Brasil. Com isso, a demanda se eleva no Brasil, o que força a um aumento nos preços, e se retrai nos EUA, reduzindo os preços. Nesse processo, as taxas de câmbio tendem a se ajustar, restabelecendo a paridade entre as duas moedas.
Em resumo, sempre que a paridade de compra entre diferentes países se encontra em desequilíbrio, a tendência é ocorrer maior compra na economia mais barata e maior venda onde o preço for mais alto. Com isso, a taxa de câmbio recupera sua paridade eliminando toda a possibilidade de ganho na transação. Esta situação de equilíbrio é conhecida por “Lei do Preço Único”.
A formação da taxa de câmbio no mercado segue a lei de oferta e procura. Ocorrendo maior demanda pelo dólar, por exemplo, é esperada uma valorização da moeda estrangeira; ao se verificar uma oferta superior à demanda, a expectativa é de uma queda na taxa de câmbio. Sempre que julgar conveniente para os objetivos de política econômica, o Banco Central (Bacen) pode atuar no mercado realizando leilões de compra e venda de moedas estrangeiras, ou oferecendo contratos de swap cambial aos investidores Swap (ou permuta, em português) é uma operação em que as partes trocam posições entre si.
No swap cambial, um investidor assume o compromisso de pagar ao outro o resultado da variação cambial verificada em certo período, recebendo em troca pagamento baseado em taxa de juro (Selic mais um adicional). Por exemplo, o Bacen pode atuar no mercado para conter uma valorização do dólar oferecendo contratos de swap cambial. Com base nesses instrumentos financeiros, o Bacen paga ao investidor a variação do câmbio, e recebe em troca uma taxa de juro.
O swap cambial se processa sem a necessidade do manuseio físico das moedas. Ao final do prazo da operação, cada investidor apura seu resultado líquido e efetua o acerto financeiro. Assim, se o dólar se valorizou frente ao real (moeda brasileira), a parte que “apostou” no real apura uma perda, devendo ser paga a outra parte que “apostou” na variação do dólar.
A operação mais comum no mercado cambial é o Bacen pagar a variação cambial e receber taxa de juro. Quando sucede o contrário, ou seja, a autoridade monetária pagar taxa de juro e receber variação cambial, a operação recebe o nome de swap cambial reverso.
Swap e valorização da moeda estrangeira
Se o dólar apresentar uma tendência de alta, por exemplo, o Bacen pode atuar no mercado vendendo contratos de swap cambial através de leilões. Através desses instrumentos financeiros, o Bacen promete pagar a variação do câmbio ao investidor e este, por sua vez, devolve o rendimento com o pagamento de uma taxa de juro.Esta operação equivale a venda do dólar para pagamento futuro (mercado futuro).
Swap e desvalorização da moeda estrangeira
Se houver uma expectativa de queda do dólar, a intervenção do Bacen tem por meta segurar o preço da moeda americana. Nesse caso, o Bacen realiza uma operação conhecida por swap reverso, pagando ao investidor uma taxa de juro e recebendo a variação cambial verificada no período. É como se o Banco Central tivesse adquirido o dólar no mercado futuro.
O swap cambial reverso é utilizado em momentos de elevada oferta da moeda estrangeira no mercado, e tem por objetivo evitar a sua desvalorização.
ALEXANDRE ASSAF NETO
Economista e pós-graduado (mestrado e doutorado) em Métodos Quantitativos e Finanças no exterior e no país. Possui o título de livre-docente pela Universidade de São Paulo (USP). Professor Emérito da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP e atua como professor e coordenador de cursos de desenvolvimento profissional, treinamentos in company e cursos de pós-graduação lato sensu – MBA. Autor e coautor de vários livros e mais de 70 trabalhos técnicos e científicos publicados em congressos e em revistas científicas com arbitragem no país e no exterior. Consultor de empresas nas áreas de Corporate Finance e Valuation e parecerista em assuntos financeiros.
Fonte: Gennegociosegestao.com.br/
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