A internacionalização das empresas tem sido alvo de discussões a respeito dos fatores determinantes
desse processo e também com relação aos mercados externos atingidos, podendo ser entendida através da
integração da empresa em uma rede global e da sua participação em mercados estrangeiros. Nesse sentido,
quanto mais intenso é esse processo, mais internacionalizada estará a empresa. A literatura apresenta
um conjunto amplo de teorias sobre a internacionalização, sob a perspectiva econômica (a teoria de poder
de mercado, a teoria da internalização, o paradigma eclético, a teoria do comércio internacional, a teoria
do portfólio de investimentos e o modelo do ciclo de vida internacional do produto) e comportamental (o
modelo de Uppsala, a perspectiva de networks e o empreendedorismo internacional). O presente estudo
fundamenta-se na teoria da internalização, que foca em uma análise racional entre os benefícios e os custos
da internacionalização, sendo subsidiada pela economia dos custos de transação. A pesquisa tem por objetivo
investigar o comportamento dos distintos fatores determinísticos da internacionalização das empresas
brasileiras de capital aberto de elevado padrão de governança corporativa. Adicionalmente, procurou-se
conhecer os principais mercados externos atingidos – através do número de regiões, quantidade de subsidiárias
no exterior e negociação de ações em outros mercados – pelas empresas participantes da amostra.
Para tanto, na pesquisa descritiva, quantitativa e documental, foi utilizada como técnica estatística a análise
fatorial, que foi aplicada em uma amostra de 141 empresas participantes dos Índices de Governança Corporativa
da BM&FBovespa (IGC’s). Os achados apontaram para a existência de três distintos fatores determinantes
de internacionalização, a saber: internacionalização das ações, internacionalização das atividades
e internacionalização do capital. Esses resultados vão de encontro ao que se tem apontado pela literatura,
apresentando uma perspectiva bidimensional da internacionalização (econômica e comportamental). Além
disso, foi possível inferir que as empresas estudadas instalam mais subsidiárias na região da América do Sul
e negociam suas ações preferencialmente na bolsa americana, por meio da emissão de ADR’s. Nesse sentido,
o estudo apresenta contribuição teórica – quanto à identificação tridimensional da internacionalização – e
prática – em função da categorização da internacionalização, expressando a estratégia a ser adotada pela
empresa quanto à forma de ingresso nem mercados externos.
por RÉGIS BARROSO SILVA
ALESSANDRA CARVALHO DE VASCONCELOS
RAFAEL SALES ALMENDRA
PAULO HENRIQUE NOBRE PARENTE
Fonte: CFC
Nenhum comentário:
Postar um comentário