A indústria 4.0, conhecida como fábrica inteligente, se respaldou em estratégia de alta tecnologia do governo alemão que incrementa a informatização da manufatura. Essa ideia foi liderada pelo Dr. Siegfried Dais, Robert Bosch GmbH e Prof. Dr. Henning Kagermann, Acatech (German Academy of Science and Engineering) que começou em Hannover em 2011 e foi consolidado em abril de 2013 após a apresentação do relatório de recomendações para a implementação da iniciativa estratégica com a alcunha de Industria 4.0, a qual estão chamando de a 4ª Revolução Industrial.
Historicamente as revoluções industriais produziram resultados desejados em época de sua aplicação. A primeira revolução industrial ocorreu na Inglaterra, no século XVIII (1780-1830) com a invenção da máquina a vapor. A segunda revolução industrial começou por volta de 1870, após os avanços das pesquisas sobre eletromagnetismo e a descoberta de fontes de energia fóssil e a terceira revolução industrial teve início em meados da década de 1940, logo após o término da Segunda Guerra Mundial, tendo por base a tecnologia de ponta (high-tech).
- Big Data: são estruturas de dados muito extensas e complexas que utilizam novas abordagens para a captura, análise e gerenciamento de informações
- Internet das coisas (Internet of Things – IoT): depende da conexão em rede de objetos físicos, ambientes, veículos e máquinas por meio de dispositivos eletrônicos embarcados que permitem a captura de coleta e troca de dados;
- Tecnologia da nuvem: refere-se à utilização da memória e das capacidades de armazenamento e cálculo de computadores e servidores compartilhados e interligados por meio da Internet;
- Inteligência artificial: dispositivo computacional que simulem a capacidade humana de raciocinar, tomar decisões e resolver problemas;
- Interface gráfica do usuário (GUI’s): interface do utilizador para a interação com um computador que utiliza imagens gráficas e widgets em adição ao texto para representar as informações e ações disponíveis ao usuário;
- Dispositivos de consumo pessoal, como o Google Glass;
- Impressão 3D: personalização dos produtos;
- M2M (machine to machine): comunicação entre máquinas;
- Economia Verde: formas inovadoras de geração de energia com maior sustentabilidade.
Com essas plataformas tecnológicas as decisões serão baseadas em um conjunto de variáveis que trará alguns benefícios para a sociedade a tais como a redução de custo, economia de energia, aumento da segurança, conservação ambiental, redução de erros, eliminação do desperdício, transparência nas decisões corporativas e aumento na qualidade de vida.
As máquinas conversarem entre si e resolverem decisões tais como se produziu, então entrega; se está sobrando estoque, então não produz; se o grão está bom, então comece a colheita. Outro fato em evidência são as dark factory, plataforma industrial 100% robotizada trabalhando no escuro, produzindo 24 horas e sem a presença de humanos no processo de fabricação. Ou gerenciar um posto de gasolina em Kennesaw, cidade a 40 minutos de Atlanta (EUA) e morando em Ilha Bela, litoral norte paulista.
A indústria 4.0 produzirá novas formas de entendimento de administração e gestão. Será necessário criar uma agenda de absorção deste fenômeno tecnológico onde afetará a condição de oferta e demanda de produtos e serviços, sendo assim não haverá espaço para pensamentos gerenciais ortodoxo, conservadores e medíocres. A produção das empresas será medida pela gestão de indicadores observando os seguintes requisitos:
- Adaptação em seu ambiente;
- A vocação de produzir inovação seja empurrada ou puxada;
- A motivadora empregada;
- Sua espontaneidade e informalidade;
- Seu nível de colaboração da cadeia produtiva e arena competitiva;
- A indulgência de ser mais emocional;
- A inteligência de ser clara em uma atmosfera ambígua;
- Capacidade de pensamento helicoidal sobre o pensamento linear;
- Predisposição de conversar com o todo.
Nota-se que a indústria 4.0 cumprirá um papel histórico de transformar a dinâmica do processo produtivo e inserir a humanidade em um contexto jamais visto. Embora novas teorias e estudos sobre processo de produção inovatório e descobertas cientificas tenha sido desenvolvido, não há como negar a revolução para o mundo empresarial.
Vejo que no Brasil a longo prazo, a presença destas novas tecnologias em uma plataforma de estratégia para o progresso da indústria nacional será irrefutável para a competitividade da nação e para o aumento da nossa presença nas arenas globais de valor.
por Luiz Henrique Moreira Gullaci, é mestre em administração pela PUC/SP e administrador pela UAM/SP. Professor de Estratégia na Universidade São Judas Tadeu e atua como Sócio-Diretor da Conatus Praino, empresa de orientação em marketing e estratégia, onde desenvolve suas atividades de consultor e palestrante. E-mail: gullaci@gullaci.com.br
Fonte: Administradores.com.br/
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