O tema da edição deste ano do Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas (Conarh), que começou na segunda-feira, em São Paulo, defende a ousadia e a inovação dos departamentos de RH como fórmula para alcançar bons resultados nas empresas. O desafio se mostra bastante relevante no momento econômico atual do Brasil - de companhias registrando índices abaixo do esperado e clima de pessimismo entre os comandantes das organizações -, mas não é exclusivo do país.
É o que mostrou uma palestra com representantes de organizações internacionais de profissionais de recursos humanos. Segundo Filippo Abramo, presidente da Associazione Italiana per la Direzione del Personale, um estudo realizado no ano passado com profissionais de RH europeus mostrou que os grandes desafios atuais são a gestão de talento e liderança, a capacidade de planejar a estratégia de pessoas e comunicá-la para o comando da empresa, e a dificuldade de mensurar aspectos como engajamento e motivação.
Mesmo os altos índices de desemprego na Europa não excluem o continente das dificuldades de encontrar mão de obra qualificada. "Não é suficiente contratar talentos, é preciso desenvolvê-los para conseguir retê-los." Para ele, o fato da desocupação ser maior entre jovens gerou, ao menos, uma boa notícia: a maior criação de pequenas empresas. "Essas companhias são menos tradicionais e mais inovadoras. As pessoas entendem que não podem mais depender de grandes corporações."
Outra tendência é a maior mobilidade entre países - inclusive com a vinda de europeus para o Brasil. "Vemos isso como uma vantagem competitiva, porque essas pessoas podem voltar e trazer competências novas", diz.
Para Pieter Haen, presidente da World Federation of People Management Associations, o Brasil precisa ser mais aberto e conectado com o resto do mundo. "Há uma enorme distância entre a produtividade atual e o que pode ser alcançado", diz. Para ele, é importante que os RHs superem o perfil tradicional, avesso ao risco, e encarem esse desafio de inovar como um projeto - com planejamento, visão financeira e estratégica. "Falta coragem e ousadia para agir."
Fonte: Valor Econômico
Via Gestão Sindical
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