No mundo, inclusive no Brasil, as grandes empresas estão conseguindo otimizar os investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), com resultados até melhores do que 10 anos atrás, revela estudo.
Especificamente no País, apesar do investimento em inovação ter registrado queda de 12,5%, ao passar de US$ 3,02 bilhões em 2013 para US$ 2,65 bilhões este ano, o número de empresas brasileiras no ranking cresceu de seis para oito, na mesma base de comparação. É o que concluiu o levantamento Global Innovation 1000, realizado pela consultoria Strategy& - membro do Network PwC.
CPFL Energia saiu da lista e entraram Natura Cosméticos, Centrais Elétricas Brasileira, a Eletrobrás, e a WEG - fabricante de equipamentos elétricos. No ranking, a primeira companhia nacional que aparece é a Petróleo Brasileiro SA, a Petrobras, na 128º posição entre as mil empresas pesquisadas em todo o mundo. A Vale, na 166ª colocação; Embraer, 492º lugar, além da Gerdau (739º); Totvs (879º); Eletrobrás (938º), Natura (978º), e WEG (980º), vêm em seguida.
"As empresas que participaram do estudo da Strategy& afirmam que são melhores em inovar agora do que há uma década", afirma Fernando Fernandes, sócio da consultoria. "A impressão que fica das companhias é que, agora, elas podem fazer mais com menos, o que permite que reduzam o aumento nos gastos, mas ainda assim alcancem resultados".
Por outro lado, mesmo com essa conclusão positiva, o total de gastos brasileiros ainda corresponde a pouco mais de 0,40% da soma realizada pelas demais empresas pesquisadas no resto do mundo, de R$ 647 bilhões.
Para o professor da ESPM, Adriano Gomes, esses números de empresas participantes do ranking e o volume de investimentos demonstram o quanto é incipiente os incentivos para pesquisa e desenvolvimento no Brasil. "Por isso que somos grandes importantes e a prova disso está na balança de comércio", apontou.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), no ano até a quarta semana de outubro , há déficit na balança de US$ 1,880 bilhão.
Uma solução para elevar esses investimentos em P&D, com a criação de uma cultura para tanto, na avaliação do professor, seria uma política integrada entre os Ministério da Educação e da Ciência e Tecnologia, o que daria incentivos "não só em palavras, mas também com aportes financeiros", principalmente às startups - empresa recém criada e de pequeno porte, normalmente ligada à pesquisa, investigação e desenvolvimento de ideias inovadoras.
"Nas startups, o que estamos vendo são jovens que querem criar um aplicativo para celular. Isto é, trabalhar em um plataforma já existente. Não querem inovar, o que poderia resultar em vendas para grandes companhias", entende Adriano Gomes.
No mundo
No geral, os gastos anuais com P&D, conforme o estudo, alcançaram a cifra recorde neste ano. Apesar desse resultado, a taxa de crescimento, em comparação com o ano anterior, foi de apenas 1,4% - a segunda menor em dez anos. Os investimentos em P&D como porcentagem da receita caíram 17% entre 2005 e 2014.
Segundo pesquisa realizada pela Strategy& com mais de 505 líderes em inovação de aproximadamente 467 empresas, mais de três quartos dos entrevistados (76%) afirmam que são melhores em inovação atualmente do há dez anos. E quase o mesmo número (78%) acredita que desenvolveu uma compreensão mais detalhada dos desejos e necessidades de seus consumidores ao longo da última década.
Por outro lado, a maioria dos líderes em inovação acha que ainda existe espaço para crescimento nesses gastos. Pouco mais de 40% deles afirmam que suas empresas são altamente proficientes nas áreas de inovação que foram aperfeiçoadas no passado, enquanto 27% acreditam que estão dominando os elementos necessários para serem inovadoras nos próximos dez anos.
Setores
O levantamento mostrou ainda que, entre as mil empresas, a indústria de software e Internet gerou o maior crescimento em inovação de 2014, com 16,5%. Mas, apesar do aumento contínuo de investimentos deste setor, as empresas contabilizam apenas 9% do total de investimentos em P&D corporativos deste ano. Enquanto isso, os segmentos de computadores e eletrônicos e saúde registraram 50% dos investimentos no período.
"Impressiona o fato de metade das indústrias analisadas terem apresentado queda em investimentos em inovação. Entre elas estão duas das maiores indústrias do Global Innovation 1000, a de computadores e eletrônicos e a de saúde. Ainda assim, investimentos significativos de indústrias menores como software e Internet foram suficientes para compensar investimentos em P&D", avaliou Fernandes.
A Strategy& identificou as mil maiores empresas privadas no mundo que investiram em P&D até 30 de junho de 2014.
Por Fernanda Bompan
Fonte: Jornal DCI-29/10/2014
Via Ibracon.com.br
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