Na segunda-feira, 22 de setembro, se comemorou o Dia do Contador. Mas as instituições de ensino superior estão formando bons profissionais? Quais os principais problemas enfrentados pelos contadores nos dias de hoje? Na segunda parte da entrevista com o vice-presidente do Conselho Federal de Contabilidade, Zulmir Ivânio Breda, fala sobre tudo isso e sobre o que o Conselho está fazendo para melhorar as condições de exercício da profissão.
IBPT - Que progressos a categoria profissional teve na área de educação ultimamente?
Zulmir Ivânio Breda - Tivemos nos últimos quinze anos um avanço no número de cursos de mestrado e doutorado, sendo que existem atualmente 22 do primeiro e 9 do segundo, os quais formaram até agora 3.264 mestres e 275 doutores em contabilidade. Este fato tem relação direta com a melhoria da qualidade do ensino das ciências contábeis.
IBPT - Quais os principais entraves para o contador de hoje no exercício da profissão?
Z.I.B. - As exigências burocráticas da legislação tributária consomem muito tempo e dedicação do profissional numa atividade que o cliente não vê benefício de ponto de vista da gestão da sua organização. Dizemos que o profissional contábil trabalha mais tempo para o Fisco do que para seu cliente que lhe paga os serviços. Por outro lado as penalidades impostas por descumprimento de qualquer obrigação acessória tributária são muito elevadas, o que faz com que essa atividade seja priorizada no dia-a-dia.
IBPT - Como o CFC tem agido para minimizar tais problemas?
Z.I.B. - A informatização das obrigações tributárias de uma maneira geral tende a, gradativamente, reduzir esse problema, mas isso só vai acontecer no médio prazo, quando ocorrer também uma simplificação da legislação tributária. Atualmente, o CFC participa de grupos de trabalho junto à Receita Federal do Brasil para discutir a implementação do SPED e do e-social, que se constituem em ferramentas de controle e fornecimento de informações ao Fisco. Nesses grupos são discutidas as etapas e formas de implementação desses mecanismos de forma que seja viável o seu atendimento por parte dos contribuintes. O resultado desse trabalho será a redução da quantidade de obrigações acessórias a serem cumpridas pelas empresas, tendo em vista que haverá uma centralização de informações nas ferramentas citadas.
por Fabio Riesemberg - Jornalista
Fonte: IBPT
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