As transformações digitais pelas quais as empresas estão passando faz com que o trabalho de um CEO requeira ainda maior atenção. Entre as prioridades de um CEO para 2019, certamente entre elas deve estar observar a chegada e a adoção de novas ferramentas que tornem as companhias mais competitivas.
Em um artigo publicado por ocasião da Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial, ele trata de temas correlacionados à chamada “Quarta Revolução Industrial”, e que devem estar na pauta da maioria dos executivos das empresas de grande porte.
Tornar os desafios digitais uma obsessão pessoal
A velocidade com que as transformações digitais estão ocorrendo hoje é algo que nunca se viu na história. A adoção de novas ferramentas, caracterizadas por uma junção de tecnologias físicas, digitais e biológicas, tornou os cenários muito mais complexos de serem analisados. Cenários mais complexos e menor tempo de reação tornam, portanto, o trabalho dos executivos muito mais delicado.
Para vencer em meio a tudo isso, é preciso encontrar oportunidades de disrupção – os melhores, inclusive, são aqueles que têm conseguido enxergar além do óbvio, revendo os seus modelos de negócio e mudando produtos e serviços de uma maneira mais rápida.
Para isso, é preciso mudar, se for preciso, até mesmo as próprias habilidades, de maneira a reformular o próprio modo de trabalho. Por essa razão, não estar conectado a tudo aquilo que impacta diretamente o mercado no qual uma determinada empresa está inserida pode significar um retrocesso e uma perda de competitividade rapidamente.
Essa é uma função que cabe exclusivamente aos líderes e não pode ser delegada aos seus pares. É por essa razão que, em seu artigo, Thomas defende que essa deva ser uma “obsessão” para o CEO moderno: encontrar meios disruptivos de revolucionar o mercado e elevar a competitividade da sua empresa.
Atenção especial aos obstáculos geopolíticos
O mercado internacional vive um momento de incerteza. A onda global que caminhava em direção a um mundo cada vez mais “livre” e com possibilidades de negócios por toda parte hoje passa por reformulações. O territorialismo defendido por muitos governos é um exemplo disso, o que pode tornar alguns mercados “indisponíveis” em pouco tempo.
O executivo da KPMG International defende que os líderes empresariais precisam aprimorar os seus conhecimentos geopolíticos, sendo mais engajados com políticos e líderes da sociedade civil ao mesmo tempo em que mantém um posicionamento político mais neutro.
Antever as possibilidades de conflito é uma das maneiras de minimizar riscos e reduzir o número de ameaças capazes de impactar em um determinado negócio. Mercados inteiros podem ser transformados da noite para o dia em função de ações do governo dos Estados Unidos, por exemplo, ou da conclusão do processo de saída do Reino Unido da União Europeia.
Dados vs. intuição: qual caminho escolher?
O uso de machine learning e big data trouxe às empresas a possibilidade de analisar, em tempo real, um volume de dados jamais visto antes. Entretanto, se por um lado a possibilidade de tomar decisões baseadas em números se tornou mais assertiva, por outro a acessibilidade à tecnologia tornou a competição mais acirrada – e muitas vezes previsível.
É nesse cenário complexo que entra em cena o CEO, o CFO e o COO. Até que ponto é válido deixar de lado o que os números dizem para seguir apenas o feeling na tomada de decisão? Essa não é uma decisão simples e requer experiência e ousadia. Para causar disrupturas, é preciso enxergar além do óbvio, ainda que os números possam sugerir mais cautela.
Portanto, é preciso encontrar um equilíbrio entre essas duas variáveis. Descartar um ou outro, invariavelmente resultará em decisões equivocadas. Thomas defende que para estar preparado para esse momento, o CEO vencedor será aquele que passar mais tempo se preparando e aprendendo novas habilidades. Um bom feeling para negócios não se desenvolve por acaso.
Ampliar o foco nas necessidades do consumidor
A busca incessante em suprir as necessidades dos consumidores deve continuar sendo um dos aspectos mais importantes na estratégia dos líderes empresariais. Hoje, uma simples propaganda persuasiva já não traz mais os mesmos resultados que trazia no passado. É preciso dialogar com o consumidor e mantê-lo engajado às suas ações.
Nem é preciso dizer que, para isso, discurso e prática devem caminhar sempre lado a lado. As empresas que não praticam o que pregam hoje são facilmente desmascaradas e podem ver todos os seus investimentos em comunicação indo por água abaixo simplesmente pelo fato e adotarem uma estratégia que não corresponde aos seus próprios valores.
O que isso exatamente significa para os líderes? É simples. Aquilo que a organização comunica deve ser um reflexo daquilo que ela pratica. Por exemplo, é complicado falar de responsabilidade social, por exemplo, se a companhia não faz o dever de casa com os seus próprios colaboradores e fornecedores. Há inúmeros casos de campanhas milionárias de marketing que foram simplesmente arrasadas por descuidos operacionais e estruturais que custariam muito menos para serem resolvidos.
Em outras palavras, isso nos leva ao fato de que esses líderes empresariais devem apurar a sua “visão do todo”. Uma companhia de grande porte não pode mais funcionar em “silos”. Ela precisa estar integrada em termos financeiros, estruturais, operacionais e comunicacionais. Caso contrário, os ruídos causados pela falta de integração pode afugentar seus consumidores.
Expectativas dos CEOs para 2019
Abaixo, listamos algumas descobertas do Global CEO Survey com relação às expectativas de CEOs e líderes empresariais para 2019:
- Apenas 15% dos CEOs concordam que suas companhias podem enfrentar ciberataques e se recuperar rapidamente;
- 80% dos CEOs acreditam que a inteligência artificial vai mudar de forma significativa a maneira como se faz negócios nos próximos 5 anos;
- 45% dos CEOs acreditam que as políticas de negócios e investimentos internacionais são as que estão mais sujeitas a mudanças abruptas.
Fonte: Sage
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