terça-feira, 9 de maio de 2017

Buffett diz que sócios brasileiros seguem fórmula padrão capitalista

O bilionário Warren Buffett afirmou nesta segunda-­feira (8) que a 3G Capital, a sócia controversa do investidor bilionário, segue uma "fórmula padrão capitalista" quando elimina milhares de empregos e impõe profundos cortes de custos para tornar as companhias que compra mais eficientes. 

Em entrevista à emissora de televisão CNBC, Buffett afirmou que é um defeito dele não se concentrar atentamente sobre a eficiência de unidades de negócios da Berkshire Hathaway, o conglomerado que administra desde 1965. 

O investidor americano de 86 anos é a segunda pessoa mais rica do mundo e tem patrimônio estimado em US$ 75,6 bilhões, segundo a Forbes. 

A Berkshire e a 3G controlam a Kraft Heinz e recentemente tentaram fundir a empresa com a europeia Unilever por US$ 143 bilhões, mas a oferta foi rejeitada. 

A companhia brasileira —que tem entre os sócios fundadores Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira, Marcel Hermann Telles, Alex Behring e Roberto Thompson Motta— é conhecida por ser praticante do sistema de orçamento de base zero. O sistema exige que os gestores periodicamente defendam todas as suas despesas e cortem custos onde for possível. 

"Eles têm seguido a fórmula padrão capitalista... Ou tentando fazer os mesmos negócios com menos gente", disse Buffett. "As pessoas vivem melhor quando há mais produção per capita." 

Apesar disso, Buffett reconheceu que as eliminações de milhares de empregos podem ser "um processo doloroso". 

A Kraft Heinz, terceira maior companhia americana de alimentos e bebidas, divulgou no início do mês lucro e vendas abaixo do esperado pelo mercado, afetada por demanda fraca por alguns produtos nos Estados Unidos e Canadá. 

No início deste mês, Buffett minimizou sugestões de que sua parceria com a 3G mina o sistema de valores da Berkshire. "A mudança é dolorosa para muita gente, e eu prefiro gastar meus dias não fazendo esse tipo de coisa... Mas eu acho que é absolutamente essencial para a América que nos tornemos mais produtivos", afirmou o magnata na ocasião.

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