Compreender de que forma são utilizados os recursos destinados pela sociedade para a Administração Pública é de suma importância em um ambiente democrático. Tanto a sociedade quanto os gestores públicos buscam analisar a relação custo-benefício das ações governamentais. Para se certificar de que os gestores públicos buscaram as melhores alternativas possíveis e não atuaram em sentido contrário ao anseio coletivo, a população necessita de instrumentos que acompanhem e avaliem as atividades governamentais. A sua vez, os gestores públicos, também, precisam de instrumentos que os auxiliem a tomar decisões que atendam às demandas sociais e estejam entre as melhores alternativas possíveis. Dentre outras áreas envolvidas com esta temática se encontra a Contabilidade de Custos. Seus instrumentos e suas técnicas podem auxiliar gestores e sociedade a avaliar o desempenho estatal. Em virtude da recente implementação do sistema federal brasileiro de custos, a presente pesquisa procurou analisar comparativamente as principais características deste sistema, tendo como parâmetros as recomendações feitas pela IFAC (International Federation of Accountants). Com este objetivo, foi utilizada uma abordagem qualitativa, sendo realizado um estudo exploratório com o emprego da técnica de análise comparativa. Foi identificado que, apesar de estar na fase inicial de implantação, o sistema brasileiro segue muitas das recomendações propostas pela IFAC. Todavia, o alinhamento das informações contábeis financeiras às normas internacionais, a necessidade de maior integração entre os sistemas gerenciais governamentais e a alocação apenas de custos diretos são pontos relevantes que necessitam ser aperfeiçoados visando melhorias na qualidade das informações produzidas por este sistema.
por Janilson Antonio da Silva Suzart - Doutorando em Controladoria e Contabilidade (USP) Mestre em Contabilidade (UFBA)
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