Os desafios e as oportunidades na adoção das normas IFRS recentemente aprovadas pelo International Accounting Standards Board (Iasb) e pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) foram abordados pela vice-presidente Técnica do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Verônica Souto Maior, durante o painel “Atualidades das IFRS”, realizado durante a 4ª Conferência Brasileira de Contabilidade e Auditoria Independente, promovida pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), em agosto.
O painel também contou com abordagens feitas pelo membro do Iasb, Amaro Gomes; pelo superintendente de Normas Contábeis e Auditoria da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Jose Carlos Bezerra; e pelo chefe-adjunto do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do Banco Central do Brasil (BCB), Renato Kiyotaka Uema.
Durante a apresentação, Verônica questionou se, no Brasil, as normas convergidas ao padrão IFRS foram adotadas de forma plena e se a implementação está sendo feita de forma consistente. Entre outras colocações, a vice-presidente do CFC, que é também coordenadora de Operações do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), lembrou que os desafios da implantação das normas IFRS passam pela elevação significativa do grau de subjetividade, requerendo o uso de julgamento profissional e o envolvimento da administração das companhias, além de abranger aspectos culturais e societários das empresas, dos preparadores das demonstrações contábeis e dos auditores.
Verônica chamou a atenção para a implementação da NBC TG 1000 – norma convergida destinada às Pequenas e Médias Empresas (PMEs) e também destacou a importância da implementação consistente das normas convergidas às empresas de capital fechado.
O caminho para a superação dos desafios, que já não são tão novos, na opinião vice-presidente do CFC, “é a união de esforços das entidades interessadas para atuar efetivamente na solução das dificuldades existentes na convergência no Brasil”.
Outro ponto enfocado na apresentação foi sobre a necessidade de formação profissional com qualidade suficiente para fornecer a visão e as habilidades necessárias ao exercício da contabilidade da auditoria. O Programa de Educação Profissional Continuada – desenvolvido pelo CFC e que se destina aos contadores que realizam auditoria independente nas empresas reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pelo Banco Central do Brasil (BCB) e pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) – deverá ser estendido também aos preparadores das demonstrações contábeis dessas companhias, segundo afirmou Verônica.
Por Maristela Girotto
Fonte: CFC
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