Substituir o fundador ou sócio de uma empresa familiar é um grande desafio tanto para empresários da própria organização quanto para os executivos externos escolhidos para a missão. É o que aponta a pesquisa da Page Executive, unidade de negócios do PageGroup, especializada no recrutamento de executivos para o alta escalão.
De acordo com o levantamento, apenas um terço das empresas tem sucesso na primeira tentativa de sucessão. Enquanto aproximadamente 60% das empresas não tiveram êxito na primeira experiência, realizaram outra tentativa.
Já na segunda tentativa, dois terços tiveram sucesso. Nos demais casos, os sócios retornaram à gestão.
Ao analisar os casos de sucesso e de insucesso, o estudo procurou características comuns nos dois grupos de empresas. "O sucesso de um processo de transição é resultado da confiança", afirma Fernando Andraus, diretor executivo da Page Executive. "E a construção da confiança depende de tempo, do contexto da sucessão e da aderência aos valores nos dois lados", acrescenta.
A principal característica comum nos processos de sucessão vitoriosos é a existência de um projeto novo para o empresário que deixa o cargo. "Quando observamos os casos de sucesso, notamos que a maior parte dos empresários tinha deixado o cargo para criar um novo negócio ou liderar um projeto pessoal desafiador", afirma Andraus.
Nos casos em que o empresário deixava o cargo para se dedicar apenas ao Conselho de Administração da própria empresa, a "tentação" de retornar ao cargo é muito grande, diz a pesquisa.
A segunda característica que mais aparece nas empresas bem-sucedidas é uma estrutura de Governança Corporativa que impulsione e favoreça a transição. A maior parte das empresas bem-sucedidas tinha o apoio de um Conselho de Administração ou Conselho Consultivo, que ajudava na interlocução entre empresário e executivo.
O estudo da Page Executive também identificou um perfil de executivo que tem maior aderência a projetos com estas características. "Os executivos bem-sucedidos no primeiro processo de transição tem um perfil muito específico: geralmente não desejam aparecer mais do que os fundadores, tem alto envolvimento operacional e respeitam o legado da empresa", explica Andraus.
Fonte: Jornal DCI
Via Ibracon
Nenhum comentário:
Postar um comentário