O caso é clássico. E incansavelmente mencionado em palestras sobre gestão. A Kodak virou exemplo de empresa que quase desapareceu, porque não conseguiu se reinventar. O algoz, no caso, foi a fotografia digital, que levou a antiga gigante das máquinas fotográficas à recuperação judicial — justamente por não conseguir se adaptar à tal tecnologia a tempo. Assim como a Kodak, qualquer grande empresa está suscetível a ver seu setor sofrer uma enorme disrupção. O jeito é se aproveitar dela (e rápido). É o que defendem diretores da Singularity University.
Com nove anos de idade, a instituição — localizada no coração do Vale do Silício — já é a queridinha de empresários e executivos que querem levar inovação e práticas à la startup para suas companhias. O “universidade” do nome se restringe ao título mesmo. Não há aquela grade acadêmica tradicional, os quatro anos de curso e o diploma no final de tudo. Os programas de ensino, que duram entre cinco dias e 10 semanas, mudam frequentemente.
"A tecnologia está avançando a cada ano que passa, acelerando exponencialmente", explica Nicholas Haan, diretor-geral do Global Solutions Program da Singularity. "O mundo vai mudar drasticamente nas próximas décadas. Isso afeta todos os negócios e os aspectos da vida." Haan roda o mundo levando versões reduzidas do programa para diversos países. Nesta sexta-feira (26/09), palestrou na Yunus Negócios Sociais, organização que presta consultoria a startups e grandes empresas interessadas em aplicar iniciativas sociais.
"Os inovadores estão pensando para onde as coisas estão indo. Se você inovar com o que existe hoje, vai ficar obsoleto", diz Haan. "Qualquer empresa tem de ter um espaço para inovação e tomada de risco. É importante identificar as tendências e criar seu plano de negócios em torno disso."
Segundo ele, profissionais inovadores têm de levar a inovação a seus líderes. “Essa noção de democratizar se aplica a pessoas dentro de grandes companhias também”, afirma. “O trabalhador no chão de fábrica, no passado, talvez não tivesse voz no modelo de negócios da empresa. [Hoje] seria inteligente que o conselho executivo criasse um ambiente que permitisse que todos os funcionários, independentemente de posição, tivessem voz.” Ele ressalta que, nos próximos anos, muitas gigantes devem deixar existir. Ninguém quer fazer parte desse grupo.
Fonte: Época Negócios
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