Um novo tipo de balanço contábil para empresas e governos desponta para colocar os danos ambientais ou sociais na coluna de “passivos”, enquanto as ações compensatórias seguem para a coluna de “ativos”, ambos ao lado de resultados financeiros e patrimoniais.
É o que explica José Roberto Kassai, professor da USP (Universidade de São Paulo), que lidera mais de 50 pesquisadores de múltiplas áreas e também parcerias de empresas, governos e instituições no Necma (Núcleo de Estudos em Contabilidade e Meio Ambiente) .
“Ainda parecem duas áreas distintas, mas é uma mudança cada vez mais evidente”, afirma ele, ao citar como exemplo os ativos como florestas, terras produtivas ou capacidade de absorção de carbono em oposição aos “gastos” como as queimadas ou as mudanças climáticas.
Tópicos básicos / O novo sistema de balanços pesquisados pelo grupo tem quatro eixos principais: econômico, social, ambiental e governança. “O futuro crescimento do mercado de capitais deve colocar a maioria das empresas nas mãos da sociedade, que vai exigir transparência”, diz.
Dessa forma, os resultados financeiros serão tão importantes como a geração de empregos com equilíbrio de gênero, étnia e renda no lado social. E a prevenção de danos ao meio ambiente estará ao junto ao controle interno. E com prestação de contas.
“O José Goldemberg, que é um Nobel do meio ambiente, aponta os cinco desafios atuais como mudarmos o PIB [soma de geração de riquezas[, acabar com subsídios de energia, reduzir o crescimento populacional, preservar a biodiversidade e elevar o conhecimento sobre nosso rumo”, afirma.
Movimento global / A estrutura de aplicação dos quatro eixos da nova contabilidade foi desenvolvida em contatos com movimentos empresariais como o Instituto Ethos e o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), além de referências internacionais como o GRI (Global Reporting Initiative), que reúnem boa parte das grandes empresas brasileiras e multinacionais.
“Essa discussão ética implica envolver todos os ‘stakeholders’, ou seja, administradores, fornecedores, governos, investidores, clientes, comunidade e outros”, define. Mas existe pressa, porque o balanço global é de perdas para o meio ambiente.
É o que explica José Roberto Kassai, professor da USP (Universidade de São Paulo), que lidera mais de 50 pesquisadores de múltiplas áreas e também parcerias de empresas, governos e instituições no Necma (Núcleo de Estudos em Contabilidade e Meio Ambiente) .
“Ainda parecem duas áreas distintas, mas é uma mudança cada vez mais evidente”, afirma ele, ao citar como exemplo os ativos como florestas, terras produtivas ou capacidade de absorção de carbono em oposição aos “gastos” como as queimadas ou as mudanças climáticas.
Tópicos básicos / O novo sistema de balanços pesquisados pelo grupo tem quatro eixos principais: econômico, social, ambiental e governança. “O futuro crescimento do mercado de capitais deve colocar a maioria das empresas nas mãos da sociedade, que vai exigir transparência”, diz.
Dessa forma, os resultados financeiros serão tão importantes como a geração de empregos com equilíbrio de gênero, étnia e renda no lado social. E a prevenção de danos ao meio ambiente estará ao junto ao controle interno. E com prestação de contas.
“O José Goldemberg, que é um Nobel do meio ambiente, aponta os cinco desafios atuais como mudarmos o PIB [soma de geração de riquezas[, acabar com subsídios de energia, reduzir o crescimento populacional, preservar a biodiversidade e elevar o conhecimento sobre nosso rumo”, afirma.
Movimento global / A estrutura de aplicação dos quatro eixos da nova contabilidade foi desenvolvida em contatos com movimentos empresariais como o Instituto Ethos e o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), além de referências internacionais como o GRI (Global Reporting Initiative), que reúnem boa parte das grandes empresas brasileiras e multinacionais.
“Essa discussão ética implica envolver todos os ‘stakeholders’, ou seja, administradores, fornecedores, governos, investidores, clientes, comunidade e outros”, define. Mas existe pressa, porque o balanço global é de perdas para o meio ambiente.
Jundiaí tem bônus para o cálculoO trabalho desenvolvido desde 2005 pelo Necma, ligado à Faculdade de Administração, Economia e Contabilidade da USP, usou as metodologias da nova proposta contábil para apontar o Brasil entre os raros saldos positivos dos “monster countries”, nome do grupo que forma ao lado de outros grandes países em extensão territorial do mundo ao lado de Estados Unidos, China, Índia e Rússia.
Um segundo trabalho, analisando os estados brasileiros, começou em 2008 e está sendo divulgado agora e comprova um dos motivos dessa situação. Os estados da Amazônia, que abriga a maior cobertura florestal do planeta, lideram o balanço verde.
“Nosso desafio é colocar no passivo as questões ligadas com a pobreza e falta de infraestrutura das populações. Ainda não está claro quanto vale uma árvore em pé, e muito menos uma floresta inteira”, explica Kassai.
A próxima etapa, mais complexa, é o trabalho a nível de municípios ou até mesmo regiões. E Jundiaí é um dos alvos pretendidos pelo pesquisador. Um dos motivos é o bônus visível que a cidade abriga com a conservação de áreas como a Serra do Japi e zonas de mananciais.
“Tenho mantido contatos com a Diretoria de Meio Ambiente da administração municipal. Precisaremos buscar parcerias para viabilizar profissionais como biólogos, climatologistas, sociólogos e outros especialistas. ”, diz.
As variantes que desafiam as equações definitivas são a diversidade biológica (de plantas e animais em cada bioma) e o processo de emissão ou absorção de carbono.
Um consenso sobre novos tipos de contabilidade pode facilitar, por exemplo, um mercado de pagamentos de serviços ambientais para remunerar áreas que conservem a vida natural ou a geração de água.
Obras /Além da USP, o trabalho tem parceiros na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) com métodos que podem ajudar o cálculo de impacto urbano, ambiental e de vizinhança de novas obras.
Um segundo trabalho, analisando os estados brasileiros, começou em 2008 e está sendo divulgado agora e comprova um dos motivos dessa situação. Os estados da Amazônia, que abriga a maior cobertura florestal do planeta, lideram o balanço verde.
“Nosso desafio é colocar no passivo as questões ligadas com a pobreza e falta de infraestrutura das populações. Ainda não está claro quanto vale uma árvore em pé, e muito menos uma floresta inteira”, explica Kassai.
A próxima etapa, mais complexa, é o trabalho a nível de municípios ou até mesmo regiões. E Jundiaí é um dos alvos pretendidos pelo pesquisador. Um dos motivos é o bônus visível que a cidade abriga com a conservação de áreas como a Serra do Japi e zonas de mananciais.
“Tenho mantido contatos com a Diretoria de Meio Ambiente da administração municipal. Precisaremos buscar parcerias para viabilizar profissionais como biólogos, climatologistas, sociólogos e outros especialistas. ”, diz.
As variantes que desafiam as equações definitivas são a diversidade biológica (de plantas e animais em cada bioma) e o processo de emissão ou absorção de carbono.
Um consenso sobre novos tipos de contabilidade pode facilitar, por exemplo, um mercado de pagamentos de serviços ambientais para remunerar áreas que conservem a vida natural ou a geração de água.
Obras /Além da USP, o trabalho tem parceiros na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) com métodos que podem ajudar o cálculo de impacto urbano, ambiental e de vizinhança de novas obras.
por JOSÉ ARNALDO DE OLIVEIRA arnaldo.oliveira@bomdiajundiai.com.br
Fonte: Diário de São Paulo
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