sábado, 16 de junho de 2012

16/06 O administrador do século XXI: a sustentabilidade e as teorias de administração


O sucesso das organizações dependerá da capacidade dos gestores de ler e interpretar a realidade externa, rastrear mudanças e transformações, adequar cultura e ambiente (adaptatividade), identificar as oportunidades ao seu redor para responder pronta e adequadamente a elas


Atualmente, a sociedade contemporânea vem passando por uma evolução em diversos níveis e as teorias de Administração vem acompanhando essa realidade. As teorias de Administração mostram o efeito cumulativo e gradativamente abrangente das diversas teorias com suas diferentes contribuições e diferentes enfoques. TGA estuda as organizações do ponto de vista da interação e da interdependência de seis variáveis: tarefa, estrutura, pessoas, tecnologia, ambiente e competitividade. Este conjunto está continuamente se expandindo e se ampliando, evoluindo o conhecimento sobre as organizações, propondo uma Nova Administração, aonde estas vêm se desenvolvendo norteada por ideias e políticas baseadas nas perspectivas da sustentabilidade, visando atender as iminentes necessidades para o desenvolvimento global.

Com essa dimensão, o pensamento sustentável apresenta-se como uma ascendente temática, indo em direção ao desenvolvimento "correto" da sociedade. No decorrer dos tempos, nota-se a contribuição da Administração para o desenvolvimento da sociedade, e esta, como ciência, vem se redirecionando e se adaptando as necessidades constantes da coletividade.
A Era Clássica foi caracterizada pela busca da estabilidade, aumento da eficiência da empresa, por meio da ênfase na estrutura (Teoria Clássica - Fayol) e no funcionamento da organização (Teoria Cientifica – Taylor), dando assim as primeiras fundamentações para a ciência Administração.
A Era Neoclássica ressaltou as mudanças e transformações das empresas e, principalmente a importância da expansão da industrialização, visando o desenvolvimento social, de forma a orientar, dirigir e controlar os esforços destes para um objetivo em comum, com o mínimo dispêndio de recursos e de esforços. Tudo isso foi esforços para consolidar a cultura organizacional, fator que distingui uma organização da outra, buscando sempre a qualidade total.
A Era Sistêmica veio a consolidar-se a partir dos avanços tecnológicos e da informação, através da globalização dos negócios e das grades mudanças que geraram a instabilidade e a imprevisibilidade do ambiente corporativo. Anteriormente, as empresas eram retratadas como um sistema insensível as suas responsabilidades sociais. Com isso, a partir deste momento, a Administração vem sendo idealizada a não ser mais dissociada do universo da informação globalizada, ou seja, o gestor deve olhar também para o meio externo à organização e responder as necessidades que este a impõe (baseados nos estudos de Bertalanffy - 1937). Mais a frente, começou a surgirem os pensamentos de responsabilidade social, com Friedman, em 1970.
Como já foi exposto anteriormente, a Administração como ciência, vem acompanhando as mudanças que o mundo corporativo vem passando, sendo esta ancorado nos princípios da criatividade e criticidade, baseadas em intensas reflexões conceituais e/ou teóricas, sempre associada à práxis, sinalizando a premência de repensarmos a Administração numa dimensão mais ampliada, flexível e ambientalmente correta na intenção de promover uma maior conscientização e consequente responsabilidade social.
Nesse contexto, surge uma nova era dentro da ciência Administração, a Era Sustentável, onde esta é projetada de maneira associada aos empreendimentos com dimensões sustentáveis, consonantes com as atuais proposições políticas e institucionais; assim, como componente essencial para suas estratégias, porquanto, a responsabilidade socioambiental deve ser um diferencial para a estratégica ascensão empresarial emergente e, ainda, por se tratar de uma necessidade relacionada a continua sobrevivência da aldeia global.
Sob uma visão mais generalizada, o administrador deste século deve ser visto como um agente de mudanças, focalizando no futuro e preparando a empresa para enfrentar novos desafios que surgem. O administrador deve ser proativo, capaz de refletir mais sobre a sua forma de pensar, consequentemente, sua forma de agir, no entanto, sempre direcionado a questões Ambientais, Econômicos, Educacionais, Políticos e Social.
A Era Sustentável provem de um desdobramento da Teoria da Contingencia, aliado aos conceitos da Abordagem Cultural enfocando as organizações de dentro para fora, colocando o ambiente como fator primordial na estrutura e comportamento das organizações como também criando uma cultura organizacional que preze por assuntos relacionados à sustentabilidade.
Outro ponto básico na Era Sustentável é baseada na Teoria Institucionalista, onde a mudança do ambiente organizacional, a qual as empresas vem passando atualmente, se deve ao ambiente estar cada vez mais dinâmico (administração estratégica), e estas organizações, para se manterem competitivas, estão moldando seus mitos e suas crenças, baseadas no valor e no significado social e isto está se disseminando rapidamente.
Observando a disseminação do valor social nas empresas, utiliza-se do conceito do Isomorfismo para explicar essas mudanças organizacionais, onde estas estão visando aumentar a compatibilidade com o ambiente. O Isomorfismo é um conjunto de restrições que forçam uma unidade de uma população a parecer-se com outras unidades que se colocam em um mesmo conjunto de condições ambientais. Isso mostra que as empresas lideres de seu ramo poderão servir de base para as outras, e como a sociedade está pressionando as grandes corporações a repensar o seu meio produtivo, as empresas menores acabaram usando-a como modelo para o seu (benchmarking).
Portanto, o sucesso das organizações dependerá da capacidade dos gestores de ler e interpretar a realidade externa, rastrear mudanças e transformações, adequar cultura e ambiente (adaptatividade), identificar as oportunidades ao seu redor para responder pronta e adequadamente a elas, isso são as habilidades do administrador do século XXI.

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